Passagens sobre Passos

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Frases sobre passos, poemas sobre passos e outras passagens sobre passos para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Os meus dias de ontem caminham comigo. Eles mantêm o passo, são os rostos cinzentos que espreitam por cima do meu ombro.

Desconfiança da Virtude Formal

Desconfiança da virtude formal – eis a explicação deste mundo. Os que sentiram uma vez esta desconfiança em relação a si próprios e passaram a tê-la em relação a todos os outros, ganharam uma susceptibilidade incessante relativamente a toda a virtude declarada. Daí a suspeitar da virtude em acto vai apenas um passo. Optaram pois por chamar virtude a quanto sirva ao advento da sociedade que eles desejam. O móbil profundo (esta desconfiança) é nobre. Mas estará o raciocínio certo, eis a questão.

XII

Sonhei que me esperavas. E, sonhando,
Saí, ansioso por te ver: corria…
E tudo, ao ver-me tão depressa andando,
Soube logo o lugar para onde eu ia.

E tudo me falou, tudo! Escutando
Meus passos, através da ramaria,
Dos despertados pássaros o bando:
“Vai mais depressa! Parabéns!” dizia.

Disse o luar: “Espera! que eu te sigo:
Quero também beijar as faces dela!”
E disse o aroma: “Vai, que eu vou contigo!”

E cheguei. E, ao chegar, disse uma estrela:
“Como és feliz! como és feliz, amigo,
Que de tão perto vais ouvi-la e vê-la!”

Mito

Virá o dia em que o jovem deus será um homem,
sem sofrimento, com o morto sorriso do homem
que compreendeu. Também o sol se move longínquo
avermelhando as praias. Virá o dia em que o deus
já não saberá onde eram as praias de outrora.

Acorda-se uma manhã em que o Verão morreu,
e nos olhos tumultuam ainda esplendores
como ontem e no ouvido os fragores do sol
feito sangue. A cor do mundo mudou.
A montanha já não toca o céu; as nuvens
já não se amontoam como frutos; na água
já não transparece um seixo. O corpo dum homem
curva-se pensativo onde um deus respirava.

O grande sol acabou, e o cheiro da terra
e a rua livre, colorida de gente
que ignorava a morte. Não se morre de Verão.
Se alguém desaparecia, havia o jovem deus
que vivia por todos e ignorava a morte.
Nele a tristeza era uma sombra de nuvens.
O seu passo pasmava a terra.

Agora pesa
o cansaço sobre todos os membros do homem,
sem sofrimento: o calmo cansaço da madrugada
que abre um dia de chuva.

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O Grito

Corria pela rua acima quando a súbita explosão dum grito o fez parar instantaneamente. Todo o seu corpo estremeceu. O que ele desde sempre receara acabara de ocorrer: algures, nesse momento, uma caneta começara a deslizar sobre uma folha de papel, dando assim corpo àquele grito que de há muito, como as esculturas no interior da pedra, se mantinha na expectativa desse simples gesto dum escritor para atingir a realidade. Tapou os ouvidos com as mãos. O grito mais não era que um sinal, mas o que esse sinal lhe transmitia deixava-o aterrado. Acabara de ser posta a funcionar uma engrenagem que a partir de agora nada nem ninguém, e muito menos ele, iria alguma vez poder travar, um mecanismo de que ele próprio iria inapelavelmente ser a maior vítima. Mais tarde ou mais cedo isso teria de se dar, mas agora que, sem qualquer aviso prévio, se soubera propulsado para outra dimensão da sua vida, como se os fios que a governavam tivessem repentinamente mudado de mãos, o facto de há longo tempo o pressentir não o impediu de olhar à sua volta com estranheza, uma estranheza que antes de mais nascia de tudo à primeira vista ter ficado como estava,

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A Chave para qualquer Relacionamento

A chave para qualquer relacionamento é a comunicação. E eu sempre pensei que a comunicação é como uma dança. Uma pessoa dá um passo em frente, o outro dá um passo para trás. O mais pequeno tropeção pode fazê-los cair e deixá-los emaranhados numa confusão. Descobri que, quando nos encontramos nesta posição — com o companheiro, um colega, um amigo, um filho —, a melhor opção é sempre perguntar à outra pessoa: «O que é que tu realmente queres?»

Ao princípio pode ser que a pessoa revele um certo nervosismo, que tussa ou que talvez faça um pequeno silêncio. Mas se você ficar calado o tempo suficiente para obter uma resposta, garanto-lhe que será qualquer coisa do tipo: «Quero saber que me dás valor.» Estenda uma mão de conexão e bom entendimento e ofereça-lhe três das palavras mais importantes que qualquer um de nós pode receber: «Estou a ouvir-te.» Tenho a certeza de que isto irá melhorar o vosso relacionamento.

Alimentar o Ego

Para quem faz do sonho a vida, e da cultura em estufa das suas sensações uma religião e uma política, para esse primeiro passo, o que acusa na alma que ele deu o primeiro passo, é o sentir as coisas mínimas extraordinária — e desmedidamente. Este é o primeiro passo, e o passo simplesmente primeiro não é mais do que isto. Saber pôr no saborear duma chávena de chá a volúpia extrema que o homem normal só pode encontrar nas grandes alegrias que vêm da ambição subitamente satisfeita toda ou das saudades de repente desaparecidas, ou então nos actos finais e carnais do amor; poder encontrar na visão dum poente ou na contemplação dum detalhe decorativo aquela exasperação de senti-los que geralmente só pode dar, não o que se vê ou o que se ouve, mas o que se cheira ou se gosta — essa proximidade do objecto da sensação que só as sensações carnais — o tacto, o gosto, o olfacto – esculpem de encontro à consciência; poder tornar a visão interior, o ouvido do sonho — todos os sentidos supostos e do suposto — recebedores e tangíveis como sentidos virados para o externo: escolho estas, e as análogas suponham-se,

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Por Cima Destas Águas, Forte E Firme

Por cima destas águas, forte e firme,
irei por onde as sortes ordenaram,
pois, por cima de quantas me choraram
aqueles claros olhos, pude vir me.

Já chegado era o fim de despedir me,
já mil impedimentos se acabaram,
quando rios de amor se atravessaram
a me impedir o passo de partir me.

Passei os eu com ânimo obstinado,
com que a morte forçada e gloriosa
faz o vencido já desesperado.

Em que figura, ou gesto desusado,
pode já fazer medo a morte irosa,
a quem tem a seus pés rendido e atado?

Mentira

Tanta cousa passou… E, no entanto, vivemos
noutros tempos, felizes, como namorados…
– Nossa vida… ora a vida, era um barco sem remos,
levando-nos ao léu… a sonhar acordados…

Ontem juntos, felizes… hoje, separados,
– (não pensei que este amor chegasse a tais extremos…)
E sorrimos em vão… sorrimos conformados
na mentira cruel de que a tudo esquecemos. . .

Cruzamos nossos passos muita vez: – é a vida!
– eu, volto o rosto (fraco à paixão que ainda sinto),
tu, recalcando o amor, nem me olhas, distraída…

Mentira inútil, cruel… se ontem, tal como agora,
tu sabes que padeço, sabes quanto eu minto,
e eu sei quanto este amor te atormenta e devora!

O Triunfo dos Imbecis

Não nos deve surpreender que, a maior parte das vezes, os imbecis triunfem mais no mundo do que os grandes talentos. Enquanto estes têm por vezes de lutar contra si próprios e, como se isso não bastasse, contra todos os medíocres que detestam toda e qualquer forma de superioridade, o imbecil, onde quer que vá, encontra-se entre os seus pares, entre companheiros e irmãos e é, por espírito de corpo instintivo, ajudado e protegido. O estúpido só profere pensamentos vulgares de forma comum, pelo que é imediatamente entendido e aprovado por todos, ao passo que o génio tem o vício terível de se contrapor às opiniões dominantes e querer subverter, juntamente com o pensamento, a vida da maioria dos outros.
Isto explica por que as obras escritas e realizadas pelos imbecis são tão abundante e solicitamente louvadas – os juízes são, quase na totalidade, do mesmo nível e dos mesmos gostos, pelo que aprovam com entusiasmo as ideias e paixões medíocres, expressas por alguém um pouco menos medíocre do que eles.
Este favor quase universal que acolhe os frutos da imbecilidade instruída e temerária aumenta a sua já copiosa felicidade. A obra do grande, ao invés, só pode ser entendida e admirada pelos seus pares,

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A Incomodidade da Grandeza

Já que não a podemos alcançar, vinguemo-nos falando mal dela. No entanto, não é inteiramente falar mal de alguma coisa encontrar-lhe defeitos; estes encontram-se em todas as coisas, por belas e desejáveis que sejam. Em geral, ela possui esta vantagem evidente de se rebaixar quando lhe apraz, e de mais ou menos ter a opção entre uma situação e a outra; pois não se cai de todas as alturas; são mais numerosas aquelas das quais se pode descer sem cair. Bem me parece que a valorizamos demais, e valorizamos demais também a decisão dos que vimos ou ouvimos dizer que a menosprezaram ou que renunciaram a ela por sua própria intenção. A sua essência não é tão evidentemente cómoda que não a possamos rejeitar sem milagre. Acho muito difícil o esforço de suportar os males; mas em contentar-se com uma medida mediana de fortuna e em fugir da grandeza acho pouca dificuldade. É uma virtude, parece-me, a que eu, que não passo de um patinho, chegaria sem muito esforço. Que devem fazer aqueles que ainda levassem em consideração a glória que acompanha tal rejeição, na qual pode caber mais ambição do que no próprio desejo e gozo da grandeza, porquanto a ambição nunca se conduz mais à vontade do que por um caminho desgarrado e inusitado?

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A Preguiça como Obstáculo à Liberdade

A preguiça e a cobardia são as causas por que os homens em tão grande parte, após a natureza os ter há muito libertado do controlo alheio, continuem, no entanto, de boa vontade menores durante toda a vida; e também por que a outros se torna tão fácil assumirem-se como seus tutores. É tão cómodo ser menor.
Se eu tiver um livro que tem entendimento por mim, um director espiritual que tem em minha vez consciência moral, um médico que por mim decide da dieta, etc., então não preciso de eu próprio me esforçar. Não me é forçoso pensar, quando posso simplesmente pagar; outros empreenderão por mim essa tarefa aborrecida. Porque a imensa maioria dos homens (inclusive todo o belo sexo) considera a passagem à maioridade difícil e também muito perigosa é que os tutores de boa vontade tomaram a seu cargo a superintendência deles. Depois de, primeiro, terem embrutecido os seus animais domésticos e evitado cuidadosamente que estas criaturas pacíficas ousassem dar um passo para fora da carroça em que as encerraram, mostram-lhes em seguida o perigo que as ameaça, se tentarem andar sozinhas. Ora, este perigo não é assim tão grande, pois aprenderiam por fim muito bem a andar.

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Façamos da interrupção um caminho novo. Da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro!

Eleve os Seus Padrões

Sempre que queira realmente fazer uma mudança, a primeira coisa que deve fazer é elevar os seus padrões. Quando as pessoas me perguntam o que realmente mudou a minha vida há oito anos, eu digo-lhes que a coisa mais importante foi mudar o que exigia de mim mesmo. Tomei nota de todas as coisas que já não queria aceitar na minha vida, de todas as coisas que eu já não toleraria, e de todas as coisas que eu aspirava a ser.

Pense nas consequências de longo alcance postas em movimento por homens e mulheres que elevaram os seus padrões e agiram de acordo com eles, decidindo que não tolerariam menos. A história narra os exemplos inspiradores de pessoas como Leonardo da Vinci, Abraham Lincoln, Helen Keller, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Jr., Rosa Parks, Albert Einstein, César Chávez, Soichiro Honda, e muitos outros que deram o passo magnificamente poderoso de elevar os seus padrões. O mesmo poder que estava ao dispor deles está ao seu dispor, se tiver a coragem de o reivindicar. Mudar uma organização, uma empresa, um país – ou um mundo – começa com o simples passo de você próprio mudar.

Vida Obscura

Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
Ó ser humilde entre os humildes seres.
Embriagado, tonto dos prazeres,
O mundo para ti foi negro e duro.

Atravessaste num silêncio escuro
A vida presa a trágicos deveres
E chegaste ao saber de altos saberes
Tornando-te mais simples e mais puro.

NinguémTe viu o sentimento inquieto,
Magoado, oculto e aterrador, secreto,
Que o coração te apunhalou no mundo.

Mas eu que sempre te segui os passos
Sei que cruz infernal prendeu-te os braços
E o teu suspiro como foi profundo!