A felicidade tem os olhos fechados.
Passagens de Paul Valéry
181 resultadosO assunto de uma obra é ao que se reduz uma obra ruim.
Os nossos pensamentos mais importantes são os que contradizem os nossos sentimentos.
Sou como uma pessoa honesta, visto nunca ter sido assassinado, roubado, violado, a não ser em imaginação. Não seria honesto sem estes crimes.
O ideal é uma maneira de mostrarmos o mau humor.
Somos todos campos de batalha, nos quais se digladiam deuses.
O eu é odioso… mas trata-se do eu dos demais.
Os corações dos nossos amigos são com frequência mais impenetráveis que os dos inimigos.
O espaço é um corpo imaginário, como o tempo é um movimento fictício.
Apenas se ofende a Deus, que é o único que perdoa.
A ignorância oscila entre a extrema ousadia e a extrema timidez.
Um poema nunca está acabado, somente abandonado.
Em poesia, trata-se, antes de mais nada, de fazer música com a própria dor, a qual directamente não importa.
O objectivo profundo do artista é dar mais do que aquilo que tem.
Um facto mal observado é mais pernicioso que um raciocínio errado.
Só se pode chamar ciência ao conjunto de receitas que funcionam sempre. Tudo o resto é literatura.
É cómodo cortar ou coroar uma cabeça, mas, pensando bem, torna-se ridículo. Isso é acreditarmos que essa cabeça encerra em si uma causa primeira.
Quando alguém te lambe as botas, coloca-lhe o pé em cima antes que comece a morder-te.
Passa-se a Vida Temendo ou Desejando a Morte
A morte pode dar ensejo a dois sentimentos opostos: ou fazer pensar que morrer é tornar-se o mais vulnerável dos seres, sem defesa contra o desconhecido; ou que é tornar-se invulnerável e afastado de todos os males possíveis. Em quase todos, esses dois sentimentos existem e alternam-se. Passa-se a vida temendo ou desejando a morte.
Todos os sistemas são empreendimentos do sistema contra si mesmo.