Eu quero ser um homem bom; não é este projeto tão bonito?
Passagens de Pierre de Marivaux
26 resultadosTodas as beatas se desforram dos pecados que não cometeram pelo prazer de saberem os pecados das outras: sempre é alguma coisa.
Que caridade é essa que não tem pudor face a um miserável e que antes de o ajudar, começa por lhe espezinhar o amor-próprio.
O que é a mulher? Para a definir seria necessário conhecê-la. É possível começar a definição no século em que vivemos, mas sustento que tão-somente no dia do Juízo Final ficará completa.
É preciso termos muito bom senso para sentirmos que não temos nenhum.
Não existe prazer que não diminua ao ser conhecido.
A situação dos que ficam é sempre mais triste do que a dos que partem. Partir é um movimento que se dissipa, e nada distrai as pessoas que ficam.
O casamento que se faz entre os homens e nós deveria fazer-se entre os seus pensamentos e os nossos; era essa a intenção dos deuses; ela não foi concretizada e aí está a origem da imperfeição das leis.
Nada nos torna tão amáveis como o julgarmo-nos amados.
Quanto a sexos, apenas conheço dois: um que se diz sensato, o outro que nos prova que isso não é verdade.
É natural desejar que se faça justiça; a maior de todas as almas não ficaria insensível ao prazer de ser conhecida como tal.
Portanto, neste mundo, é indispensável ser-se demasiado bom para se ser o suficiente.
De todas as indiferenças que a mulher pode sofrer, a mais humilhante é a indiferença do homem que a amou e cujo amor ela matou.
Escutar bem é quase responder.
Saber ouvir quase que é responder.
A mulher pode, talvez, admirar-se de ter amado; nunca, porém, de ser amada.
De sexos, conheço apenas dois: um que se diz racional, outro que nos prova que isso não é verdade.
Os maridos usam uma máscara perante a sociedade e uma expressão simulada ante a sua mulher.
A vingança agrada a todos os corações ofendidos; (…) uns preferem-na cruel, outros generosa.
Casar-me com ele! Asseguro-te que não; já basta que ele se case comigo.