Passagens sobre Plano

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Frases sobre plano, poemas sobre plano e outras passagens sobre plano para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Ensinem aos meninos um amor mais fundo e sem pressa. O Brasil faz planos de governo de 5 anos que duram 5 meses e planos de 3 anos que duram 3 dias. Presidentes eleitos por cinco anos possuem a pátria em sete meses, abotoam a braguilha e vão embora. E há presidentes que duram dois dias. […] Não satisfazem a pátria, não fecundam o país.

A Ordem pela Ordem é Caricatura da Vida

A ordem é o sinal e não a causa da existência. Da mesma maneira que o plano do poema é sinal de que ele está acabado e marca da sua perfeição. Não é em nome de um plano que tu trabalhas, tu trabalhas para obter um plano. Mas aquelas criaturas dizem dos alunos: «Olhem para esta grande obra e reparem na ordem que revela. Fabriquem-me, primeiro que tudo, uma ordem, e a vossa obra será grande». Uma obra dessas não passará de esqueleto sem vida e detrito de museu.
Não tropeces na tua linguagem. Se impuseres a vida, fundarás a ordem; se impuseres a ordem, imporás a morte. A ordem pela ordem é caricatura da vida.

Os Amigos Nunca São para as Ocasiões

Os amigos nunca são para as ocasiões. São para sempre. A ideia utilitária da amizade, como entreajuda, pronto-socorro mútuo, troca de favores, depósito de confiança, sociedade de desabafos, mete nojo. A amizade é puro prazer. Não se pode contaminar com favores e ajudas, leia-se dívidas. Pede-se, dá-se, recebe-se, esquece-se e não se fala mais nisso.

A decadência da amizade entre nós deve-se à instrumentalização que tem vindo a sofrer. Transformou-se numa espécie de maçonaria, uma central de cunhas, palavrinhas, cumplicidades e compadrios. É por isso que as amizades se fazem e desfazem como se fossem laços políticos ou comerciais. Se alguém «falta» ou «não corresponde», se não cumpre as obrigações contratuais, é logo condenado como «mau» amigo e sumariamente proscrito. Está tudo doido. Só uma miséria destas obriga a dizer o óbvio: os amigos são as pessoas de que nós gostamos e com quem estamos de vez em quando. Podemos nem sequer darmo-nos muito, ou bem, com elas. Ou gostar mais delas do que elas de nós. Não interessa. A amizade é um gosto egoísta, ou inevitabilidade, o caminho de um coração em roda-livre.

Os amigos têm de ser inúteis. Isto é, bastarem só por existir e,

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Sabedoria I, III

Que dizes, viajante, de estações, países?
Colheste ao menos tédio, já que está maduro,
Tu, que vejo a fumar charutos infelizes,
Projectando uma sombra absurda contra o muro?

Também o olhar está morto desde as aventuras,
Tens sempre a mesma cara e teu luto é igual:
Como através dos mastros se vislumbra a lua,
Como o antigo mar sob o mais jovem sol,

Ou como um cemitério de túmulos recentes.
Mas fala-nos, vá lá, de histórias pressentidas,
Dessas desilusões choradas plas correntes,
Dos nojos como insípidos recém-nascidos.

Fala da luz de gás, das mulheres, do infinito
Horror do mal, do feio em todos os caminhos
E fala-nos do Amor e também da Política
Com o sangue desonrado em mãos sujas de tinta.

E sobretudo não te esqueças de ti mesmo,
Arrastando a fraqueza e a simplicidade
Em lugares onde há lutas e amores, a esmo,
De maneira tão triste e louca, na verdade!

Foi já bem castigada essa inocência grave?
Que achas? É duro o homem; e a mulher? E os choros,
Quem os bebeu?

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Não sou intimidativa no plano das relações mais íntimas. Aceito, evidentemente, que há uns mediocrezinhos para aí que não gostam de ver uma mulher manifestar-se criadoramente.

Grandes Planos de Vida

Uma das maiores e mais frequentes asneiras consiste em fazer grandes planos para a vida, qualquer que seja a sua natureza. Para começar, esses planos pressupõem uma vida humana inteira e completa, que, no entanto, somente pouquíssimos conseguem alcançar. Além disso, mesmo que estes consigam viver muito, esse período de vida ainda é demasiado curto para tais planos, uma vez que a sua realização exige sempre muito mais tempo do que se imaginava; esses projectos, ademais, como todas as coisas humanas, estão de tal modo sujeitos a fracassos e obstáculos, que raramente chegam a bom termo. E, mesmo se no final tudo é alcançado, não se leva em conta o facto de que no decorrer dos anos o próprio ser humano se modifica e não conserva as mesmas capacidades nem para agir, nem para usufruir:

aquilo que se propôs fazer durante a vida toda, na velhice parece-lhe insuportável – já não tem condições de ocupar a posição conquistada com tanta dificuldade, e portanto as coisas chegaram-lhe tarde demais; ou o inverso, quando ele quis fazer algo de especial e realizá-lo, é ele que chega tarde demais com respeito às coisas. O gosto da época mudou, a nova geração não se interessa pelas suas conquistas,

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A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isso fica sendo a minha última e mais elevada descoberta.

Captar a Oportunidade no Momento Justo

Já percebeste que deves subtrair-te a essas tuas ocupações ilusórias e nocivas, mas ignoras ainda o modo de o conseguir. Ora há coisas que só estando presente te posso indicar! O médico também não pode determinar por carta a hora adequada para a alimentação ou para o banho: tem de tomar o pulso ao doente. Diz um antigo provérbio que o gladiador só forma o seu plano na arena a partir da observação do rosto do adversário, do modo como move os braços, da própria postura do corpo. Observações sobre os costumes, sobre os deveres, é possível fazê-las de um modo geral e por escrito; são conselhos que se podem dar não só a ausentes, como até à posteridade. Mas a maneira e a ocasião de tomar uma decisão concreta, isso ninguém pode aconselhá-lo à distância, é forçoso deliberar em face das próprias circunstâncias.
Para captar a oportunidade no momento justo é preciso não só estar presente, como estar atento. Põe-te, por conseguinte na expectativa, e assim que surpreenderes a oportunidade agarra-a com toda a rapidez, com toda a energia, e liberta-te definitivamente desses teus falacciosos deveres! Repara bem no conselho que te dou: em meu entender tens de libertar-te desse tipo de vida,

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O Amor Social

É necessário voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena sermos bons e honestos. Vivemos já muito tempo na degradação moral, baldando-nos à ética, à bondade, à fé, à honestidade; chegou o momento de reconhecer que esta alegre superficialidade de pouco nos serviu. Uma tal destruição de todo o fundamento da vida social acaba por nos colocar uns contra os outros, na defesa dos próprios interesses, provoca o despertar de novas formas de violência e crueldade e impede o desenvolvimento de uma verdadeira cultura do cuidado do meio ambiente.

O exemplo de Santa Teresa de Lisieux convida-nos a pôr em prática o pequeno caminho do amor, a não perder a oportunidade de uma palavra gentil, de um sorriso, de qualquer pequeno gesto que semeie paz e amizade. Uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo. Pelo contrário, o mundo do consumo exacerbado é, simultaneamente, o mundo que maltrata a vida em todas as suas formas.

O amor, cheio de pequenos gestos de cuidado mútuo, é também civil e político,

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O Menino de Sua Mãe

No plano abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado
— Duas, de lado a lado —,
Jaz morto e arrefece.

Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.

Tão jovem! que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino da sua mãe».

Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lha a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.

De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço… Deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.

Lá longe, em casa, há a prece:
«Que volte cedo, e bem!»
(Malhas que o império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe.

Sucesso é Realização

O sucesso é a realização de qualquer coisa valiosa para si. Pode ser a paz de espírito e felicidade; união no lar e na família; o gosto pelo trabalho; independência financeira; alegria e satisfação por servir os outros; o desenvolvimento das forças construtivas inerentes ao homem; amar a vida e sentir-se satisfeito com o seu carácter, os seus ideais e os trabalhos realizados.
«Talvez ainda se não tivesse encontrado uma definição de sucesso aplicável a todas as pessoas» – escreveu Zu Tavern – «Cada um de nós tem a sua ideia pessoal de sucesso, e essa mesma ideia vai-se modificando com a passagem do tempo. Para alguns, sucesso é igual a fama; para outros, riqueza em dinheiro; para outros ainda, apenas amor e felicidade.»
É uma lei da natureza humana realizar, ganjear respeito, ser um trabalhador e construtor activo, deixar o mundo um pouco melhor que o encontrado. O homem foi feito para realizar. A maior satisfação da vida provém da realização. Isto prova-se pela sua estrutura física, mental e moral.
Quando faz qualquer coisa – para os outros ou para o seu próprio bem – é feliz e sente-se útil.
O desejo de realizar nasce connosco.

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O Casal Comum

Depois da época de palavras de amor, de palavras de raiva, de palavras, as relações entre os dois tornaram-se aos poucos impossíveis de resultar numa frase ou numa realidade clara. À medida que estavam casados há tanto tempo, as divergências, as desconfianças, certa rivalidade jamais chegavam à tona, embora elas existissem entre eles como o plano dentro do qual se entendiam. Esse estado quase impedia uma ofensa e uma defesa, e jamais uma explicação. Formavam o que se chama um casal comum.

Aptidão, Vontade, e Acção

No reino da Natureza dominam o movimento e o agir. No reino da liberdade dominam a aptidão e o querer. O movimento é perpétuo e, sendo favoráveis as circunstâncias, manifesta-se necessariamente nos fenómenos. As aptidões, desenvolvendo-se embora em correspondência com a Natureza, têm contudo que ser postas em exercício por parte da vontade para poderem elevar-se gradualmente. É por isso que nunca temos no exercício livre da vontade a mesma certeza que temos na autonomia do agir natural; este último é qualquer coisa que se produz a si mesma enquanto que o primeiro é produzido.
O exercício da vontade, para ser perfeito e eficaz, tem que se adequar: no plano moral, à consciência – a uma consciência sem erro -, e, no domínio das artes, à regra – a uma regra que em nenhum lado está enunciada. A consciência não precisa de nenhum patrocínio, porque tem tudo o que lhe é necessário e porque só tem que ver com o mundo pessoal interior. O génio também não precisaria de nenhuma regra, mas, uma vez que a sua eficácia se dirige para o exterior, está na dependência de múltiplas contingências materiais e temporais, não lhe sendo possível escapar a erros que daí decorrem.

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Adiamento

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã…
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não…
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico…
Esta espécie de alma…
Só depois de amanhã…
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte…
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos…
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o rnundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã…
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro…

Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã…
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância…
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,

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(escrevendo a um médico) A metade das vidas que vocês salvam não é digna de ser salva, porque é inútil, enquanto outra metade nem mereceria ser salva porque pérfida. A vossa consciência nunca vos acusa desta guerra permanente contra os planos da Providência?

Às vezes não conseguimos realizar os nossos projetos, porque surge um imprevisto urgente que perturba os nossos planos e requer flexibilidade e disponibilidade para as necessidades dos outros.

O acaso não existe na perspetiva do Amor: aquilo que não estava nos nossos planos estava nos planos de Deus. Diante d’Ele, toda a tapeçaria da nossa vida apresenta um entretecimento de fios perfeitamente acabado. Talvez não o compreendamos, porque não podemos distanciar-nos do nosso Destino e ver do alto o acabamento da tapeçaria. Um dia, vê-lo-emos e compreendermos.