Os Cavalleiros
– Onde vaes tu, cavalleiro,
Pela noite sem luar?
Diz o vento viajeiro,
Ao lado d’elle a ventar…
N茫o responde o cavalleiro,
Que vae absorto a scismar.
– Onde vaes tu, torna o vento,
N’esse doido galopar?
Vaes bater a algum convento?
Eu ensino-te a rezar.
E a lua surge, um momento,
A lua, convento do Ar.
– Vaes levar uma mensagem?
D谩-m’a que eu vou-t’a entregar:
Ir谩s em meia viagem
E eu j谩 de volta hei-de estar.
E o cavalleiro, 谩 passagem,
Faz as arvores vergar.
– Vaes escalar um mosteiro?
Eu ajudo-t’o a escalar:
N茫o ha no mundo pedreiro
Que a mim se possa egualar!
N茫o responde o cavalleiro
E o vento torna a fallar:
– Dize, dize! vaes p’ra guerra?
Monta em mim, vou-te levar:
N茫o ha cavallo na Terra
Que tenha t茫o bom andar…
E os trov玫es rolam na serra
Como vagas a arrolar!
– E as guerras has-de ganhal-as,
Que por ti hei-de velar:
Ponho-me 谩 frente das balas
Para a for莽a lhes tirar!
Poemas sobre Mosteiros de Ant贸nio Nobre
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