Eis-me

Eis-me
Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mĂĄgicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silĂȘncio
Ante o silĂȘncio e o esplendor da tua face

Mas tu Ă©s de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mĂŁo me toca
O meu coração desce as escadas do tempo
[em que nĂŁo moras
E o teu encontro
SĂŁo planĂ­cies e planĂ­cies de silĂȘncio

Escura Ă© a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto estå para além do tempo opaco
E eu nĂŁo habito os jardins do teu silĂȘncio
Porque tu Ă©s de todos os ausentes o ausente