Poemas sobre Amar de Ant贸nio Nobre

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Poemas de amar de Ant贸nio Nobre. Leia este e outros poemas de Ant贸nio Nobre em Poetris.

Os Figos Pretos

– Verdes figueiras solu莽antes nos caminhos!
V贸s sois odiadas desde os seculos av贸s:
Em vossos galhos nunca as aves fazem ninhos,
Os noivos fogem de se amar ao p茅 de v贸s!

– 脫 verdes figueiras! 贸 verdes figueiras
Deixae-o fallar!
脕 vossa sombrinha, nas tardes fagueiras,
Que bom que 茅 amar!

– O mundo odeia-vos. Ninguem nos quer, vos ama:
Os paes transmittem pelo sangue esse odio aos mo莽os.
No sitio onde medraes, ha quazi sempre lama
E debru莽aes-vos sobre abysmos, sobre po莽os.

– Quando eu for defunta para os esqueletos,
Ponde uma ao meu lado:
Tristinha, chorando, dar脿 figos pretos…
De luto pezado!

– Os alde玫es para evitar vosso perfume
Sua respira莽茫o suspendem, ao passar…
Com vossa lenha n茫o se accende, 谩 noite, o lume,
Os carpinteiros n茫o vos querem aplainar.

– Oh cheiro de figos, melhor que o do incenso
Que incensa o Senhor!
Podesse eu, quem dera! deital-o no len莽o
Para o meu amor…

– As outras arvores n茫o s茫o vossas amigas…
M茫os espalmadas, estendidas, supplicantes,

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Males de Anto

A Ares n’uma aldeia

Quando cheguei, aqui, Santo Deus! como eu vinha!
Nem mesmo sei dizer que doen莽a era a minha,
Porque eram todas, eu sei l谩! desde o odio ao tedio.
Molestias d’alma para as quaes n茫o ha remedio.
Nada compunha! Nada, nada. Que tormento!
Dir-se-ia accaso que perdera o meu talento:
No entanto, 谩s vezes, os meus nervos gastos, velhos,
Convulsionavam-nos relampagos vermelhos,
Que eram, bem o sentia, instantes de Cam玫es!
Sei de c贸r e salteado as minhas afflic莽玫es:
Quiz partir, professar n’um convento de Italia,
Ir pelo Mundo, com os p茅s n’uma sandalia…
Comia terra, embebedava-me com luz!
Extasis, spasmos da Thereza de Jezus!
Contei n’aquelle dia um cento de desgra莽as.
Andava, 谩 noite, s贸, bebia a noite 谩s ta莽as.
O meu cavaco era o dos mortos, o das loizas.
Odiava os homens ainda mais, odiava as Coizas.
Nojo de tudo, horror! Trazia sempre luvas
(Na aldeia, sim!) para pegar n’um cacho d’uvas,
Ou n’uma flor. Por cauza d’essas m茫os… Perdoae-me,
Alde玫es! eu sei que v贸s sois puros. Desculpae-me.

Mas, atravez da minha dor,

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