Poemas sobre Anjos

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Poemas de anjos escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

Vendo-a Sorrir

(A minha filha)

Filha, quando sorris, iluminas a casa
Dum celeste esplendor.
A alegria é na infância o que na ave é asa
E perfume na flor.

Ă“ doirada alegria, Ăł virgindade santa
Do sorriso infantil!
Quando o teu lábio ri, filha, a minha alma canta
Todo o poema de Abril.

Ao ver esse sorriso, Ăł filha, se concentro
Em ti o meu olhar,
Engolfa-se-me o céu azul pela alma dentro
Com pombas a voar.

Sou o Sol que agoniza, e tu, meu anjo loiro,
És o Sol que se eleva.
Inunda-me de luz, sorri, polvilha de oiro
O meu manto de treva!

Nas Trevas

Como estou sĂł no mundo! Como tudo
É lagrima e silencio!

Ă“ tristĂŞsa das Cousas, quando Ă© noite
Na terra e em nosso espirito!… TristĂŞsa
Que se anuncia em vultos de arvoredos,
Em rochas diluidas na penumbra
E soluços de vento perpassando
Na tenebrosa lividez do cĂ©u…

Ă“ tristĂŞsa das Cousas! Noite morta!
Pavor! Desolação! Escura noite!
Phantastica Paisagem,
Desde o soturno espaço á fria terra
Toda vestida em sombra de amargura!

ĂŠrma noite fechada! Nem um leve
Riso vago de estrela se adivinha…
SĂłmente as grossas lagrimas da chuva
Escorrem pela face do Silencio…

Piedade, noite negra! NĂŁo me beijes
Com esses labios mortos de Phantasma!

Ă“ Sol, vem alumiar a minha dĂ´r
Que, perdida na sombra, se dilata
E mais profundamente se enraiza
Nesta carne a sangrar que Ă© a minha alma!

Ilumina-te, ó Noite! Ó Vento, cála-te!
Negras nuvens do sul, limpae os olhos,
Desanuviae a bronzea face morta!

Oh, mas que noite amarga, toda cheia
Do teu Phantasma angelico e divino;
Espirito que,

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Os Pastores

Guardavam certos pastores
seus rebanhos, ao relento,
sobre os céus consoladores
pondo a vista e o pensamento.

Quando viram que descia,
cheio de glĂłria fulgente,
um anjo do céu do Oriente,
que era mais claro que o dia.

Jamais os cegara assim
luz do meio-dia ou manhĂŁ.
Dir-se-ia o audaz Serafim,
que um dia venceu SatĂŁ.

Cheios de assombro e terror,
rolaram na erva rasteira.
– Mas ele, com voz fagueira,
lhes diz, com suave amor:

«Erguei-vos, simples, daí,
humildes peitos da aldeia!
Nasceu o vosso Rabi,
que é Cristo – na Galileia!

Num berço, o filho real,
nĂŁo o vereis reclinado.
VĂŞ-lo-eis pobre e enfaixado,
sobre as palhas de um curral!

Segui dos astros a esteira.
Levai pombas, ramos, palmas,
ao que traz uma joeira
das estrelas e das almas!»

Foi-se o anjo: e nas neblinas,
então celestes legiões
soltam místicas canções,
sobre violas divinas.

Erguem-se, enfim, os pastores
e vão caminhos dalém,
com palmas, rolas, e flores,

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Sextina

Tanto de amor se disse que nĂŁo sei
Como dizer que amor Ă© outra coisa
Que nem sĂł o teu corpo me fez rei
Nem tua alma sĂł me deu a rosa
Tanto se disse menos o dizer
Esta paixĂŁo que Ă© de todo o ser

E ao fim do ser ainda a outra coisa
Mais do que corpo e alma e ser nĂŁo ser
Como entre vida e morte e sexo e rosa
Um morrer e um nascer. Como dizer
Este reino em que sou o servo e o rei
Como dizer se tanto e ainda nĂŁo sei

Como dizer este Elsenor sem rei
Se tanto disse menos o dizer
Esta paixĂŁo que sabe o que nĂŁo sei
Em Elsenor de ser e de nĂŁo ser
SenĂŁo que amor ainda Ă© outra coisa
Como entre o corpo e a morte o anjo e a rosa

Como dizer do sexo a alma e a rosa
Se amor Ă© mais que ter e mais que ser
Um morrer ou nascer ou outra coisa
Entre a vida e a morte e um nĂŁo dizer
SenĂŁo que disse tanto e ainda nĂŁo sei
Como dizer de amor se servo ou rei

Se disse tanto menos o dizer
Esta paixĂŁo da alma que nĂŁo sei
Se Ă© o sexo ou seu anjo ou sĂł o ser
Entre a vida e a morte o breve rei
Deste reino que fica Ă  beira-rosa
Do teu corpo onde amor Ă© outra coisa

Como dizer de amor ser e nĂŁo ser
Se amor mais do que amor Ă© outra coisa
Mais do que ser e ter mais que dizer
Um morrer e nascer entre anjo e rosa
Ou entre o corpo e a alma o servo e o rei
Como dizer se tanto e ainda nĂŁo sei

Um CĂ©u e Nada Mais

Um céu e nada mais — que só um temos,
como neste sistema: sĂł um sol.
Mas luzes a fingir, dependuradas
em abóbada azul — como de tecto.
E o seu nĂşmero tal, que deslumbrados
neram os teus olhos, se tas mostrasse,
amor, tĂŁo de ribalta azul, como de
circo, e dança então comigo no
trapézio, poema em alto risco,
e um levíssimo toque de mistério.
Pega nas lantejoulas a fingir
de sóis mal descobertos e lança
agora a âncora maior sobre o meu
coração. Que não te assuste o som
desse trovĂŁo que ainda agora ouviste,
era de deus a sua voz, ou mito,
era de um anjo por demais caĂ­do.
Mas, de verdade: natural fenĂłmeno
a invadir-te as veias e o cérebro,
tão frágil como álcool, tão de
potente e liso como álcool
implodindo do céu e das estrelas,
imensas a fingir e penduradas
sobre abĂłbada azul. Se te mostrasse,
amor, a cor do pesadelo que por
aqui passou agora mesmo, um céu
e nada mais — que nada temos,
que nĂŁo seja esta angĂşstia de
mortais (e a maldição da rima,

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Natal Divino

Natal divino ao rés-do-chão humano,
Sem um anjo a cantar a cada ouvido.
Encolhido
Ă€ lareira,
Ao que pergunto
Respondo
Com as achas que vou pondo
Na fogueira.

O mito apenas velado
Como um cadáver
Familiar…
E neve, neve, a caiar
De triste melancolia
Os caminhos onde um dia
Vi os Magos galopar…

A um Retrato

Amo-te, flor! Se te amo, Deus que o sabe
Que o diga a teus irmĂŁos, que o CĂ©u povoam
E ébrios de glória cânticos entoam
A quem no mar, na Terra e CĂ©us nĂŁo cabe.

Se te amo, flor! que o diga o mar que expele
Quanto Ă© domĂ­nio, e beija humilde a praia…
Se mal que a Lua lá das ondas saia
Nas rochas me nĂŁo vĂŞ gemer com ele!

Amo-te, flor! Se te amo, o Sol que o diga:
Quando lá da montanha aos Céus se eleva,
Se entre os vermes do pĂł, que o vento leva,
Me banha a mim também na luz amiga.

Se te amo, flor? Sem ti… que noite escura,
Meu céu, meu campo em flor, meu dia e tudo!
Diga-te a noite minha se te iludo,
Se em vida já sem ti sonhei ventura!

O anjo que no berço humilde e escasso
Do CĂ©u me veio alumiar piedoso
E em lágrimas e riso, pranto e gozo,
Desde entĂŁo me acompanha passo a passo;

És tu! Amo-te e muito!

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Poema para Iludir a Vida

Tudo na vida está em esquecer o dia que passa.
NĂŁo importa que hoje seja qualquer coisa triste,
um cedro, areias, raĂ­zes,
ou asa de anjo
caĂ­da num paul.
O navio que passou além da barra
já não lembra a barra.
Tu o olhas nas estranhas águas que ele há-de sulcar
e nas estranhas gentes que o esperam em estranhos
[portos.
Hoje corre-te um rio dos olhos
e dos olhos arrancas limos e morcegos.
Ah, mas a tua vitória está em saber que não é hoje
[o fim
e que há certezas, firmes e belas,
que nem os olhos vesgos
podem negar.
Hoje Ă© o dia de amanhĂŁ.

Poder Crer em Santa Bárbara

Esta tarde a trovoada caiu
Pelas encostas do céu abaixo
Como um pedregulho enorme…
Como alguém que duma janela alta
Sacode uma toalha de mesa,
E as migalhas, por caĂ­rem todas juntas,
Fazem algum barulho ao cair,
A chuva chovia do céu
E enegreceu os caminhos …

Quando os relâmpagos sacudiam o ar
E abanavam o espaço
Como uma grande cabeça que diz que não,
Não sei porquê — eu não tinha medo —
pus-me a rezar a Santa Bárbara
Como se eu fosse a velha tia de alguĂ©m…

Ah! é que rezando a Santa Bárbara
Eu sentia-me ainda mais simples
Do que julgo que sou…
Sentia-me familiar e caseiro
E tendo passado a vida
TranqĂĽilamente, como o muro do quintal;
Tendo idéias e sentimentos por os ter
Como uma flor tem perfume e cor…

Sentia-me alguém que nossa acreditar em Santa
Bárbara…
Ah, poder crer em Santa Bárbara!

(Quem crê que há Santa Bárbara,
Julgará que ela é gente e visível
Ou que julgará dela?)

(Que artifĂ­cio!

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Aspiração

Sinto que há na minha alma um vácuo imenso e fundo,
E desta meia morte o frio olhar do mundo
Não vê o que há de triste e de real em mim;
Muita vez, Ăł poeta, a dor Ă© casta assim;
Refolha-se, nĂŁo diz no rosto o que ela Ă©,
E nem que o revelasse, o vulgo não põe fé
Nas tristes comoções da verde mocidade,
E responde sorrindo Ă  cruel realidade.

Não assim tu, ó alma, ó coração amigo;
Nu, como a consciĂŞncia, abro-me aqui contigo;
Tu que corres, como eu, na vereda fatal
Em busca do mesmo alvo e do mesmo ideal.
Deixemos que ela ria, a turba ignara e vĂŁ;
Nossas almas a sĂłs, como irmĂŁ junto a irmĂŁ,
Em santa comunhão, sem cárcere, sem véus.
Conversarão no espaço e mais perto de Deus.

Deus quando abre ao poeta as portas desta vida
NĂŁo lhe depara o gozo e a glĂłria apetecida;
Tarja de luto a folha em que lhe deixa escritas
A suprema saudade e as dores infinitas.
Alma errante e perdida em um fatal desterro,

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A Nossa Vontade e o Nosso Pensamento

Anjos ou deuses, sempre nĂłs tivemos,
A visĂŁo perturbada de que acima
De nĂłs e compelindo-nos
Agem outras presenças.

Como acima dos gados que há nos campos
O nosso esforço, que eles não compreendem,
Os coage e obriga
E eles nĂŁo nos percebem,

Nossa vontade e o nosso pensamento
SĂŁo as mĂŁos pelas quais outros nos guiam
Para onde eles querem
E nĂłs nĂŁo desejamos.

Reconciliação

A paixão traz a dor! — Quem é que acalma
Coração em angústia que sofreu perda tal?
As horas fugidias — para onde é que voaram?
O que há de mais belo em vão te coube em sorte!
Turbado está o espírito, o agir emaranhado;
O mundo sublime — como foge aos sentidos!

Mas eis, com asas de anjo, surge a mĂşsica,
Entrelaça aos milhões os sons aos sons
Pra varar, lado a lado, a alma humana
E de todo a afogar em eterna beleza:
Marejado o olhar, na mais alta saudade
Sente o preço divino dos sons e o das lágrimas.

E assim aliviado, nota em breve o coração
Que vive ainda e pulsa e quer pulsar,
Pra ofertar-se de vontade prĂłpria e livre
De pura gratidão pela dádiva magnânima.
Sentiu-se então — oh! pudesse durar sempre! —
A ventura dobrada da mĂşsica e do amor.

Tradução de Paulo Quintela

A Salvação do Mundo

Os anjos levaram as igrejas…
Anjos envergonhados, de grandes asas tristes,
que fugiam, escondendo o rosto,
nas pregas dos mantos, que os incĂŞndios enegreciam.
Levaram as igrejas, os santos e os milagres.
E os homens ficavam olhando o céu,
os homens que tinham deixado os anjos levar as igrejas,
de mĂŁos postas, ajoelhados.
As mĂŁos que eram para nĂŁo deixar os anjos levar as igrejas.
Mas os homens já não sabiam,
e os anjos julgaram que eles nĂŁo queriam as igrejas para nada.

A terra vazia e os homens de mĂŁos postas, ajoelhados.

EntĂŁo surgiram os anjos de extermĂ­nio.
E as longas espadas flamejantes
deceparam as cabeças dos homens ajoelhados,
que tinham fechado a porta das igrejas na cara da verdade.

Vida Toda Linguagem

Vida toda linguagem,
frase perfeita sempre, talvez verso,
geralmente sem qualquer adjectivo,
coluna sem ornamento, geralmente partida.

Vida toda linguagem,
há entretanto um verbo, um verbo sempre, e um nome
aqui, ali, assegurando a perfeição
eterna do perĂ­odo, talvez verso,
talvez interjectivo, verso, verso.
Vida toda linguagem,
feto sugando em lĂ­ngua compassiva
o sangue que criança espalhará — oh metáfora activa!
leite jorrado em fonte adolescente,
sémen de homens maduros, verbo, verbo.
Vida toda linguagem,
bem o conhecem velhos que repetem,
contra negras janelas, cintilantes imagens
que lhes estrelam turvas trajectĂłrias.
Vida toda linguagem —
como todos sabemos
conjugar esses verbos, nomear
esses nomes:
amar, fazer, destruir,
homem, mulher e besta, diabo e anjo
e deus talvez, e nada.
Vida toda linguagem,
vida sempre perfeita,
imperfeitos somente os vocábulos mortos
com que um homem jovem, nos terraços do inverno, contra
[a chuva,
tenta fazê-la eterna — como se lhe faltasse
outra, imortal sintaxe
Ă  vida que Ă© perfeita
lĂ­ngua
eterna.

LĂşcia

(Alfred de Musset)

Nós estávamos sós; era de noite;
Ela curvara a fronte, e a mĂŁo formosa,
Na embriaguez da cisma,
TĂŞnue deixava errar sobre o teclado;
Era um murmĂşrio; parecia a nota
De aura longĂ­nqua a resvalar nas balsas
E temendo acordar a ave no bosque;
Em torno respiravam as boninas
Das noites belas as volĂşpias mornas;
Do parque os castanheiros e os carvalhos
Brando embalavam orvalhados ramos;
OuvĂ­amos a noite, entre-fechada,
A rasgada janela
Deixava entrar da primavera os bálsamos;
A várzea estava erma e o vento mudo;
Na embriaguez da cisma a sós estávamos
E tĂ­nhamos quinze anos!

Lúcia era loura e pálida;
Nunca o mais puro azul de um céu profundo
Em olhos mais suaves refletiu-se.
Eu me perdia na beleza dela,
E aquele amor com que eu a amava – e tanto ! –
Era assim de um irmĂŁo o afeto casto,
Tanto pudor nessa criatura havia!

Nem um som despertava em nossos lábios;
Ela deixou as suas mĂŁos nas minhas;
TĂ­bia sombra dormia-lhe na fronte,

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Segredo

A poesia é incomunicável.
Fique torto no seu canto.
NĂŁo ame.

Ouço dizer que há tiroteio
ao alcance do nosso corpo.
É a revolução? o amor?
NĂŁo diga nada.

Tudo Ă© possĂ­vel, sĂł eu impossĂ­vel.
O mar transborda de peixes.
Há homens que andam no mar
como se andassem na rua.
NĂŁo conte.

Suponha que um anjo de fogo
varresse a face da terra
e os homens sacrificados
pedissem perdĂŁo.
Não peça.

ExercĂ­cio Espiritual

Ouço-os de todo o lado.
Eu Ă© que sou assim.
Eu Ă© que sou assado,
Eu Ă© que sou o anjo revoltado,
Eu Ă© que nĂŁo tenho santidade…

Quando, afinal, ninguém
Põe nos ombros a capa da humildade,
E vem.

Pássaros

Eu não sei o nome destes pássaros que viajam alto.
Anjos? Não. Ouve-se-lhes bater o coração.

Os nazis distribuĂ­am sopa aos pobres
(vejo na TV como quem diz «nem tudo foi mau»).
Revejo-me numa foto de 70
dando sopa aos pobres de Cangombe. – «Tu Ă©s nazi,
pergunto?»

NĂŁo te compete a ti explicares-te, rapaz
sobretudo quando escreves versos
e pensas que em qualquer caso vale sempre a pena
adiar um pouco mais a morte.
E nem nunca mesmo ninguém explicou se um império que morre
morre de imortalidade ou de morte natural.

Tranquiliza-te: a besta que Ă©s
tu a suportas cada vez menos. Isso é bom, tão sério sendo?

Adormecer

Vai vida na madrugada fria.

O teu amante fica,
na posse deste momento que foi teu,
amorfo e sem limites como um anjo;
a cabeça cheia de estrelas…
Fica abraçado a esta poeira que teu pé levantou.
Fica inĂştil e hirto como um deus,
desfalecendo na raiva de nĂŁo poder seguir-te!

Alma Humana, Formada de Coisa Nenhuma

Anjo:

Alma humana, formada
de nenhĂĽa cousa, feita
mui preciosa,
de corrupção separada,
e esmaltada
naquela frágoa perfeita,
gloriosa;
planta neste vale posta
pera dar celestes flores
olorosas,
e pera serdes tresposta
em a alta costa
onde se criam primores
mais que rosas;

planta sois e caminheira,
que ainda que estais, vos is
donde viestes.
Vossa pátria verdadeira
Ă© ser herdeira
da glĂłria que conseguis:
andai prestes.
Alma bem-aventurada,
dos anjos tanto querida,
nĂŁo durmais;
um ponto nĂŁo esteis parada,
que a jornada
muito em breve Ă© fenecida,
se atentais.

(…)

Adianta-se o Anjo, e vem o Diabo a ela [Alma], e diz o Diabo:

TĂŁo depressa, Ăł delicada,
alva pomba, pera onde is?
Quem vos engana,
e vos leva tĂŁo cansada
por estrada,
que somente nĂŁo sentis
se sois humana?
NĂŁo cureis de vos matar,
que ainda estais em idade
de crecer.
Tempo há i pera folgar
e caminhar…
Vivei Ă  vossa vontade,

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