A uma Dama
Por fazer lisonja 脿s flores
De flores touca o cabelo
Nise, a gala do donaire,
Nise, a gl贸ria dos desejos.
Invejosas as estrelas
Murmuraram tanto emprego,
Se as n茫o contentara Nise
Com t锚-las nos olhos negros.
De garbo, postura e talhe
Vai luzida em tanto extremo,
Que nas vidas que cativa
Tem muita parte o asseio.
Quanto pisa e quanto fala,
Vai brotando e florescendo
Uma rosa em cada passo,
Um jasmim em cada alento.
Ca莽adora ufana e dextra,
Quem viu ca莽adora V茅nus?
Pede as armas emprestadas
Dizem que a um menino cego.
Galharda o arco exercita,
E, com movimento dextro,
De quantas setas lhe fia,
Nenhuma lhe leva o vento.
Guarde-se todo o alvedrio,
Que n茫o d茫o as frechas erro,
Pois para acertar as vidas
Tomam nos olhos preceitos.
Despejada comunica
Ao monte seus raios belos,
Que nem sempre o majestoso
H谩-de afectar o encoberto.
E, com deixar-se admirar,
Nada lhe perde o respeito;
Mas tais amas traz consigo…
Pastores, diga-o Fileno.
Poemas de Ant贸nio Barbosa Bacelar
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