Auto-retrato
Espáduas brancas palpitantes:
asas no exĂlio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renĂşncia ou cobardia.
Por vezes fĂŞmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
Poemas sobre Aranhas de Natália Correia
2 resultados Poemas de aranhas de Natália Correia. Leia este e outros poemas de Natália Correia em Poetris.
Cidadania
BuquĂŞ de ruĂdos Ăşteis
o dia. O tom mais pĂşrpura
do aviĂŁo sobressai
locomovida rosa pĂşblica.Entre os edifĂcios a acácia
de antigamente ainda ousa
trazer ao cimo a folhagem
sua dor de apertada coisa.Um solo de saxofone excresce
mensagem que a morte adia
aflito pássaro que enrouquece
a garganta da telefonia.Em cada bolso do cimento
uma lenta aranha de gás
manipula o dividendo
de um suicĂdio lilás.