O Amor Limitado
Algum homem indigno de ser possuidor
De amor velho ou novo, sendo ele prĂłprio falso ou fraco,
Pensou que a sua dor e vergonha seriam menores
Se a sua ira sobre as mulheres descarregasse.
E entĂŁo uma lei nasceu:
Que cada uma um sĂł homem conhecesse.
Mas sĂŁo assim as outras criaturas?SĂŁo o sol, a lua, as estrelas proibidos por lei
De sorrir para onde lhes apetece, ou de esbanjar a sua luz?
Divorciam-se os pássaros, ou são censurados
Se abandonam o seu par, ou dormem fora uma noite?
Os animais não perdem as suas pensões
Ainda que escolham novos amantes,
Mas nós fizémo-nos piores do que eles.Quem já armou belos navios para ancorar nos portos,
Em vez de buscar novas terras, ou negociar com todos?
Ou construiu belas casas, plantou árvores e arbustos,
Apenas para as trancar, ou então deixá-los cair?
O Bom nĂŁo Ă© bom, a nĂŁo ser
Que mil coisas possua,
Mas arruĂna-se com a avidez.Tradução de Helena Barbas
Poemas sobre Arbustos de John Donne
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