Poemas sobre ArdĂȘncia

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Poemas de ardĂȘncia escritos por poetas consagrados, filĂłsofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

A Luz do Teu Amor

Oh! Sim que Ă©s linda! a inocĂȘncia
Em tua fronte serena
Com tal doçura reluz!…
Tanta e tanta… que a açucena
TĂŁo esplĂȘndida a existĂȘncia
NĂŁo lha doura assim Ă  luz!
Oh! que Ă©s linda, e mais… e mais
Quando um traço melancólico
Te diviso no semblante
Nos teus olhos virginais!
Que doçura não existe
Ai! Ăł virgem, nesse instante
Na poética beleza
Desse traço de tristeza
Que te vem tornar mais bela
Mal em teu rosto pousou!
E eu te quero assim, Ăł estrela,
Que se inspira em mim a crença
Triste… triste, que Ă©s mais linda,
Mas dessa beleza infinda
Das ficçÔes da renascença
Que a poesia perfumou!

Fita agora os olhos lĂąnguidos
Na estrela que te ilumina,
Eu nĂŁo sei que luz divina
De amor nos fala em teu rosto!
Eu nĂŁo sei, nem tu… ninguĂ©m!…
Que a vaga luz do sol posto,
Que a palidez da cecém,
Que a meiguice dos amores,
E que o perfume das flores
NĂŁo respiram a harmonia
Desse toque leve…

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Provençal

Em um solar de algum dia
Cheiinho de alma e valia,
Foi ali
Que ao gosto de olhos a vi

Como dantes inda vasto
Agora
NĂŁo tinha pombas nem mel.
E Ă  opulĂȘncia de outrora,
Esmoronado e jĂĄ gasto,
Pedia mĂŁos de alvenel.

Foi ali
Que ao gosto de olhos a vi.

O seu chapéu, que trazia
Do calor contra as ardĂȘncias,
Era o que a pena daria
Num certo sabor e arrimo
Com jeitos de circunferĂȘncias
A morrer todas no cimo.

Davam-lhe franco nos ombros
As pontas do lenço branco:
E sem que ninguém as ouça,
Eram palavras da moça
Com a voz alta de chamar;

Palavras feitas em gesto,
Igualzinho e manifesto,
Como um relance de olhar.

E bela, fechada em gosto,
Fazia o seu rosto dela
A gente mestre de amar.

Foi num solar de algum dia,
Cheiinho de alma e valia,
Que eu disse de mim para ela
Por este falar assim:

Vem, meu amor!

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MĂŁe

Intacta como o silĂȘncio. Terra
Na terra, dela te alimentas e, serena,
A adubas, como orvalho Ă s manhĂŁs.
Fantasma de ti, nĂŁo; e, como espĂ­rito, ardes
Por entre. Ciprestes e ventos. E sĂłis e
Noites. Mas ardes. E falas. FĂ©tida mi-
Neração de ossos translĂșcidos
Do azul que me legaste
Ao descer-te as pĂĄlpebras na hora verdadeira.
Intacta como os ventos que nĂŁo vieram
E aguardam a hora de soltar-se.
Intacta por sob. Mas intacta. Pura,
De terra e de sonho. NĂŁo sa-u-d-a-
De nem fantasma, nĂŁo. Alegria.
Como o ser. Como a ladainha que te cantei, tu sabes

Quando. ALEGRIA. Como quando os olhos
NĂŁo sabiam de lĂĄgrimas. Ou sabiam,
Como se nĂŁo existissem senĂŁo para.
Saber-te lĂĄ onde Ă©s (aqui, tĂŁo pertinho,
Onde o teu sopro se fechou… ) Alegria
Ainda e sempre… Intacta. Casta toda
Como os mĂĄrmores que nĂŁo quis a emoldurar
Teu corpo de terra. Casta como os ventos.
ArdĂȘncia solar da meia-tarde de cada dia,
Claridade que me nasces no «bom-dia»
Que nos damos, por sob o sol e a chuva
Das horas e dos dias.

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