Este Ă© o PrĂłlogo
Deixaria neste livro
toda minha alma.
Este livro que viu
as paisagens comigo
e viveu horas santas.Que compaixĂŁo dos livros
que nos enchem as mĂŁos
de rosas e de estrelas
e lentamente passam!Que tristeza tĂŁo funda
é mirar os retábulos
de dores e de penas
que um coração levanta!Ver passar os espectros
de vidas que se apagam,
ver o homem despido
em PĂ©gaso sem asas.Ver a vida e a morte,
a sĂntese do mundo,
que em espaços profundos
se miram e se abraçam.Um livro de poemas
Ă© o outono morto:
os versos sĂŁo as folhas
negras em terras brancas,e a voz que os lĂŞ
Ă© o sopro do vento
que lhes mete nos peitos
— entranháveis distâncias. —O poeta é uma árvore
com frutos de tristeza
e com folhas murchadas
de chorar o que ama.O poeta é o médium
da Natureza-mĂŁe
que explica sua grandeza
por meio das palavras.
Poemas sobre Astros de Federico GarcĂa Lorca
2 resultados Poemas de astros de Federico GarcĂa Lorca. Leia este e outros poemas de Federico GarcĂa Lorca em Poetris.
Cacida da MĂŁo ImpossĂvel
NĂŁo quero mais que uma mĂŁo,
mĂŁo ferida, se possĂvel.
NĂŁo quero mais que uma mĂŁo,
inda que passe noites mil sem cama.Seria um lĂrio pálido de cal,
uma pomba atada ao meu coração,
o guarda que na noite do meu trânsito
de todo vetaria o acesso Ă lua.NĂŁo quero mais que essa mĂŁo
para os diários óleos e a mortalha de minha agonia.
NĂŁo quero mais que essa mĂŁo
para de minha morte ter uma asa.Tudo mais passa.
Rubor sem nome mais, astro perpétuo.
O demais Ă© o outro; vento triste
enquanto as folhas fogem debandadas.Tradução de Oscar Mendes