Adeus!
Adeus! para sempre adeus!
Vai-te, oh! vai-te, que nesta hora
Sinto a justiça dos céus
Esmagar-me a alma que chora.
Choro porque nĂŁo te amei,
Choro o amor que me tiveste;
O que eu perco, bem no sei,
Mas tu… tu nada perdeste;
Que este mau coração meu
Nos secretos escaninhos
Tem venenos tĂŁo daninhos
Que o seu poder só sei eu.Oh! vai… para sempre adeus!
Vai, que há justiça nos céus.
Sinto gerar na peçonha
Do ulcerado coração
Essa vĂbora medonha
Que por seu fatal condĂŁo
Há-de rasgá-lo ao nascer:
Há-de sim, serás vingada,
E o meu castigo há-de ser
CiĂşme de ver-te amada,
Remorso de te perder.Vai-te, oh! vai-te, longe, embora,
Que sou eu capaz agora
De te amar – Ai! se eu te amasse!
Vê se no árido pragal
Deste peito se ateasse
De amor o incĂŞndio fatal!
Mais negro e feio no inferno
NĂŁo chameia o fogo eterno.
Que sim? Que antes isso? – Ai, triste!
NĂŁo sabes o que pediste.
Poemas sobre Baixo de Almeida Garrett
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