ConclusĂŁo
Fui amante da morte
e da beleza. Vi a loucura,
acreditei na vida.
Da infância falei
como lugar de abismo.
O prazer
foi também a grande fonte
de perturbação e alegria.
Lembrei as mulheres
que recusaram submeter-se,
escrevi palavras fĂşnebres.NĂŁo poupei a adolescĂŞncia,
o coração magoado
e nĂŁo soube que fazer
de mim fora das palavras.
Escrevi para desistir
e depender
e ter identidade.
Poemas sobre Beleza de Isabel de Sá
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Realidade
Por causa de um livro
vieste ao meu encontro.
Era VerĂŁo, nĂŁo sabias de nada
nem isso interessava. Palavras
amavam-se fora de ti,
no atropelo das emoções.
Lá chegaria a primeira vez,
o encontro apressado num lugar
pĂşblico. Desfeito o erro
ao toque da pele, nĂŁo sei
se havia medo, a paixĂŁo queria-me
no lugar exacto do teu coração.
Palavras enrolam-se na sombra
da vida a dor do sentimento.Atingido o espĂrito, o tempo
da infância, a realidade. Em ti
a solidĂŁo que o prazer
nĂŁo mata. Quero a beleza
dos versos revelada.
Alguns anos passaram sobre
a nossa histĂłria que nĂŁo acabou.
A tarde envelhece e escrevo isto
sem saber porquĂŞ.