A DĂ©lia
Cuidas tu que a rosa chora,
Que Ă© tamanha a sua dor,
Quando, já passada a aurora,
O Sol, ardente de amor,
Com seus beijos a devora?
– Feche virgĂneo pudor
O que inda Ă© botĂŁo agora
E amanhã há-de ser flor;
Mas ela Ă© rosa nesta hora,
Rosa no aroma e na cor.– Para amanhĂŁ o prazer
Deixe o que amanhĂŁ viver.
Hoje, DĂ©lia, Ă© nossa a vida;
AmanhĂŁ… o que há-de ser?
A hora de amor perdida
Quem sabe se há-de volver?
NĂŁo desperdices, querida,
A duvidar e a sofrer
O que Ă© mal gasto da vida
Quando o nĂŁo gasta o prazer.
Poemas sobre Botões de Almeida Garrett
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