Meu Paƭs DesgraƧado

Meu paĆ­s desgraƧado!ā€¦
E no entanto hĆ” Sol a cada canto
e nĆ£o hĆ” Mar tĆ£o lindo noutro lado.
Nem hĆ” CĆ©u mais alegre do que o nosso,
nem pĆ”ssaros, nem Ć”guasā€¦

Meu paĆ­s desgraƧado!ā€¦
Porque fatal engano?
Que malƩvolos crimes
teus direitos de berƧo violaram?

Meu Povo
de cabeƧa pendida, mĆ£os caĆ­das,
de olhos sem fƩ
ā€” busca, dentro de ti, fora de ti, aonde
a causa da misƩria se te esconde.

E em nome dos direitos
que te deram a terra, o Sol, o Mar,
fere-a sem dĆ³
com o lume do teu antigo olhar.

Alevanta-te, Povo!
Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres,
a calada censura
que te reclama filhos mais robustos!

Povo anƩmico e triste,
meu Pedro Sem sem forƧas, sem haveres!
ā€” olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao Mar!
Reganha tuas barcas, tuas forƧas
e o direito de amar e fecundar
as que sĆ³ por Amor te nĆ£o desprezam!