Alexandrina, Como Era
Minha tia Alexandrina bebia café
meia tigela de manhĂŁ e meia de tarde
o que dava mais dum litro.
Com esse rio de fogo correndo no seu corpo
punha ela dez filhos fora de casa
e lavava dez sobrados Ă s senhoras da cidade.E quando voltava para os Biscoitos na camioneta da carreira
deixava-me nos ouvidos a mĂșsica das gargalhadas dadas
e nos olhos os demĂłnios dos seus olhos
pretos, estrelas pequeninas fulgurantes.NĂŁo passo pela ilha sem ir aos Biscoitos
nĂŁo por vĂȘ-la, que ela jĂĄ nĂŁo estĂĄ:
(levou-a o CanadĂĄ, a carta de chamada)
mas porque tenho consciĂȘncia que sĂŁo esplĂȘndidos
os ramos das vinhas que alastram nos calhaus.
Poemas sobre Cartas de José Henrique dos Santos Barros
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