Ah Deixem-me Dormir!
O Poeta
Ol谩, bom velho! 茅 aqui o Hotel da Cova,
Tens algum quarto ainda para alugar?
Simples que seja, basta-me uma alcova…
(Como eu estou molhado! 茅 de chorar…)
O povoO luar averte as orvalhadas sobre a rua!
Jezus! que lindo…Vamos! depressa! Vem, faze-me a cama,
Que eu tenho somno, quero-me deitar!
脫 velha Morte, minha outra ama!
Para eu dormir, vem dar-me de mamar…
A Sra JuliaS茫o as Janeiras da Lua!
O CoveiroOs quartos, meu senhor, est茫o tomados
Mas se quizer na valla (que 茅 de gra莽a…)
Dormem, alli, somente os desgra莽ados:
T锚m bom dormir… bom sitio… ninguem passa…
O Z茅 dos LodosA lua 茅 a nossa vacca, 贸 Maria!
Mugindo…Ainda l谩, hontem, hospedei um mo莽o
E n茫o se queixa… E ha-de poupal-o a tra莽a,
Porque esses hospedes s贸 trazem osso,
E a carne em si, valha a verdade, 茅 escassa.
O Dr. DelegadoA noite parece dia!
O PoetaEscassa, sim! mas tenho ossada ainda,
Poemas sobre Cegos de Ant贸nio Nobre
2 resultadosMales de Anto
A Ares n’uma aldeia
Quando cheguei, aqui, Santo Deus! como eu vinha!
Nem mesmo sei dizer que doen莽a era a minha,
Porque eram todas, eu sei l谩! desde o odio ao tedio.
Molestias d’alma para as quaes n茫o ha remedio.
Nada compunha! Nada, nada. Que tormento!
Dir-se-ia accaso que perdera o meu talento:
No entanto, 谩s vezes, os meus nervos gastos, velhos,
Convulsionavam-nos relampagos vermelhos,
Que eram, bem o sentia, instantes de Cam玫es!
Sei de c贸r e salteado as minhas afflic莽玫es:
Quiz partir, professar n’um convento de Italia,
Ir pelo Mundo, com os p茅s n’uma sandalia…
Comia terra, embebedava-me com luz!
Extasis, spasmos da Thereza de Jezus!
Contei n’aquelle dia um cento de desgra莽as.
Andava, 谩 noite, s贸, bebia a noite 谩s ta莽as.
O meu cavaco era o dos mortos, o das loizas.
Odiava os homens ainda mais, odiava as Coizas.
Nojo de tudo, horror! Trazia sempre luvas
(Na aldeia, sim!) para pegar n’um cacho d’uvas,
Ou n’uma flor. Por cauza d’essas m茫os… Perdoae-me,
Alde玫es! eu sei que v贸s sois puros. Desculpae-me.Mas, atravez da minha dor,