Poemas sobre CĂ©u de Federico GarcĂ­a Lorca

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Poemas de céu de Federico García Lorca. Leia este e outros poemas de Federico García Lorca em Poetris.

Gazel do Amor Maravilhoso

Com todo o gesso
dos campos maus,
eras junco de amor, jasmim molhado.

Com o sol e chama
dos céus malvados,
eras rumor de neve por meu peito.

CĂ©us e campos
prendiam correntes em minhas mĂŁos.

Campos e céus
açoitavam as chagas do meu corpo.

Tradução de Oscar Mendes

RuĂ­na

Sem encontrar-se.
Viajante pelo seu prĂłprio torso branco.
Assim ia o ar.

Logo se viu que a lua
era uma caveira de cavalo
e o ar uma maçã escura.

Detrás da janela,
com látegos e luzes se sentia
a luta da areia contra a água.

Eu vi chegarem as ervas
e lhes lancei um cordeiro que balia
sob seus dentezinhos e lancetas.

Voava dentro de uma gota
a casca de pluma e celulĂłide
da primeira pomba.

As nuvens, em manada,
ficaram adormecidas contemplando
o duelo das rochas contra a aurora.

VĂŞm as ervas, filho;
já soam suas espadas de saliva
pelo céu vazio.

Minha mĂŁo, amor. As ervas!
Pelos cristais partidos da morada
o sangue desatou suas cabeleiras.

Tu somente e eu ficamos;
prepara teu esqueleto para o ar.
Eu sĂł e tu ficamos.

Prepara teu esqueleto;
Ă© preciso ir buscar depressa, amor, depressa,
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