Mahler
(A Canção de Deus e Morte)
No jardim das almas
A fala caĂda.
Como se fosse a canção de
Deus e Morte.
A canção do cadáver
Sombrosa e rente.
Uivo. Brechas.
Ululante.
Compassadamente
O coração solto
Rasgado contra o céu maciço.
E de abismo ou de crateras
Um ardil. Incessante
Profundidade e permanência interminável
Na terra Ămpia.
O relâmpago rasteja Deus.
Abre-se a solidĂŁo
Nos ombros do Inferno.Quem vislumbra pérfido
No alçapão da sombra?
E o ricochete da luz?
Que castigo inexpiável?
Haverá uma música da fatalidade?
E quem lhe deve obedecer?
Sou miserável e perturbante.
Dou-me Ă paisagem destituĂda.
À árvore devastadora. À borboleta esmagada.
(O restolho enovelando.
Um bestiário precipitando-se.
Sacudindo-me.
Que aurora imprevista
Impulsivamente no mundo?)
Cantava a impaciĂŞncia
MelancĂłlica.
A dor radiante.A vastidĂŁo.
Poemas sobre CĂ©u de JosĂ© EmĂlio-Nelson
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