A Mulher Mais Bonita do Mundo
estĂĄs tĂŁo bonita hoje. quando digo que nasceram
flores novas na terra do jardim, quero dizer
que estĂĄs bonita.entro na casa, entro no quarto, abro o armĂĄrio,
abro uma gaveta, abro uma caixa onde estĂĄ o teu fio
de ouro.entre os dedos, seguro o teu fino fio de ouro, como
se tocasse a pele do teu pescoço.hå o céu, a casa, o quarto, e tu estås dentro de mim.
estĂĄs tĂŁo bonita hoje.
os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lĂĄbios.
estĂĄs dentro de algo que estĂĄ dentro de todas as
coisas, a minha voz nomeia-te para descrever
a beleza.os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lĂĄbios.
de encontro ao silĂȘncio, dentro do mundo,
estĂĄs tĂŁo bonita Ă© aquilo que quero dizer.
Poemas sobre CĂ©u de JosĂ© LuĂs Peixoto
3 resultadosAmor
o teu rosto Ă minha espera, o teu rosto
a sorrir para os meus olhos, existe um
trovĂŁo de cĂ©u sobre a montanha.as tuas mĂŁos sĂŁo finas e claras, vĂȘs-me
sorrir, brisas incendeiam o mundo,
respiro a luz sobre as folhas da olaia.entro nos corredores de outubro para
encontrar um abraço nos teus olhos,
este dia serĂĄ sempre hoje na memĂłria.hoje compreendo os rios. a idade das
rochas diz-me palavras profundas,
hoje tenho o teu rosto dentro de mim.
arte poética
o poema nĂŁo tem mais que o som do seu sentido,
a letra p nĂŁo Ă© a primeira letra da palavra poema,
o poema Ă© esculpido de sentidos e essa Ă© a sua forma,
poema nĂŁo se lĂȘ poema, lĂȘ-se pĂŁo ou flor, lĂȘ-se erva
fresca e os teus lĂĄbios, lĂȘ-se sorriso estendido em mil
ĂĄrvores ou cĂ©u de punhais, ameaça, lĂȘ-se medo e procura
de cegos, lĂȘ-se mĂŁo de criança ou tu, mĂŁe, que dormes
e me fizeste nascer de ti para ser palavras que nĂŁo
se escrevem, LĂȘ-se paĂs e mar e cĂ©u esquecido e
memĂłria, lĂȘ-se silĂȘncio, sim tantas vezes, poema lĂȘ-se silĂȘncio,
lugar que nĂŁo se diz e que significa, silĂȘncio do teu
olhar doce de menina, silĂȘncio ao domingo entre as conversas,
silĂȘncio depois de um beijo ou de uma flor desmedida, silĂȘncio
de ti, pai, que morreste em tudo para sĂł existires nesse poema
calado, quem o pode negar?, que escreves sempre e sempre, em
segredo, dentro de mim e dentro de todos os que te sofrem.
o poema nĂŁo Ă© esta caneta de tinta preta, nĂŁo Ă© esta voz,