Do Amor e da Morte
Temos lábios tenros para o amor
dentes afiados para a morteConcebemos filhos para o amor
para a guerra os mandamos para a morteLevantamos casas para o amor
cidades bombardeamos para a mortePlantamos a seara para o amor
racionamos o trigo para a morteFlorimos atalhos para o amor
rasgamos fronteiras para a morteEscrevemos poemas para o amor
lavramos escrituras para a morteO amor e a morte
somos
Poemas sobre Cidade de Casimiro de Brito
2 resultados Poemas de cidade de Casimiro de Brito. Leia este e outros poemas de Casimiro de Brito em Poetris.
Da Violência
A violência que trazemos no sangue
ninguém a sabe e todos (casas
desmoronadas) a exaltam e todos
a descombinamos
gota a gota
em nossos movimentos de cinza
transitória — esta violência
residual
tem do corpo a secura a configuração
cavada no sono na fogueira sem cor
de cidades levantadas sobre a doença sobre
a simulação
de fogo suspenso
no arame dos ossos —