Sinfonia de Cor
Sempre defronte
de mim
o mar azul, o mar imenso, o mar sem fim,
todo igual e azul até ao horizonte.Neste dia delirante
de luz crua a jorrar, intensa, lá do alto,
uma vela distante
mancha de branco o seu azul-cobalto.Um traço de espuma branca
junto Ă penedia
marca a linha da costa em enseada franca.E a nota branca
das gaivotas em bando,
esvoaçando
Ă revelia,
e um ritmo novo de alegria,
de ruĂdo e de graça.Perto uma vela passa,
lenço branco a acenar…NĂŁo ter asas tambĂ©m para poder voar
aonde me levasse a minha fantasia!
E ser gaivota e mergulhar
na água e bater asas,
alegre, todo o dia!Poisar nos calhaus negros, que sĂŁo brasas,
brasas negras a arder,
e ver aos pés a referver
aos borbotões de espuma.Dar um grito e subir,
subir alto e distante,
já quando a terra se esfuma
e o mar aumenta, quanto mais avante.Partir!
Partir para o delĂrio das alturas,
Poemas sobre Cores de Armando CĂ´rtes-Rodrigues
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