Tu, VĂŁ Filosofia
Tu, vĂŁ Filosofia, embora aviltes
Os crentes nas visões do pensamento,
Turvo clarĂŁo de raciocĂnios tristes
Por entre sombras nos conduz, e a mente,
Rastejando a verdade, a desencanta;
Nem doloroso espĂrito se ilude,
Se o que, dormindo, creu, crĂŞ, despertando.
Até no afortunado a vida é sonho
(Sonho, que lá no fim se verifica),
E ansioso pesadelo em mim, que a choro,
Em mim, que provo o fel da desventura,
Desde que levantei, que abri, carpindo,
Os olhos infantis Ă luz primeira;
Em mim, que fui, que sou de Amor o escravo,
E a vĂtima serei, e o desengano
Da suprema paixĂŁo, por ti cantada
Em versos imortais, como o princĂpio
Etéreo, criador, de que emanaram.
Poemas sobre Crentes de Manuel Maria Barbosa du Bocage
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