Seus Olhos
Seus olhos – que eu sei pintar
O que os meus olhos cegou –
NĂŁo tinham luz de brilhar,
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.Divino, eterno! – e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tĂŁo fatal poder,
Que, um sĂł momento que a vi,
Queimar toda a alma senti…
Nem ficou mais de meu ser,
SenĂŁo a cinza em que ardi.
Poemas sobre Destino de Almeida Garrett
3 resultadosSeus Olhos
Seus olhos – se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou –
NĂŁo tinham luz de brilhar.
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.Divino, eterno! – e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tĂŁo fatal poder,
Que, num sĂł momento que a vi,
Queimar toda alma senti…
Nem ficou mais de meu ser,
SenĂŁo a cinza em que ardi.
Destino
Quem disse Ă estrela o caminho
Que ela há-de seguir no céu?
A fabricar o seu ninho
Como Ă© que a ave aprendeu?
Quem diz à planta «Florece!»
E ao mudo verme que tece
Sua mortalha de seda
Os fios quem lhos enreda?Ensinou alguém à abelha
Que no prado anda a zumbir
Se Ă flor branca ou Ă vermelha
O seu mel há-de ir pedir?
Que eras tu meu ser, querida,
Teus olhos a minha vida,
Teu amor todo o meu bem…
Ai!, não mo disse ninguém.Como a abelha corre ao prado,
Como no céu gira a estrela,
Como a todo o ente o seu fado
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino .
Vim cumprir o meu destino…
Vim, que em ti sĂł sei viver,
SĂł por ti posso morrer.