O Sapo
Não há jardineiro assim,
Não há hortelão melhor
Para uma horta ou jardim,
Para os tratar com amor.É o guarda das flores belas,
da horta mais do pomar;
e enquanto brilham estrelas,
lá anda ele a rondar…Que faz ele? Anda a caçar
os bichos destruidores
que adoecem o pomar
e fazem tristes as flores.Por isso, ficam zangadas
as flores, se se faz mal
a quem as traz tĂŁo guardadas
com o seu cuidado leal.E ele guarda as flores belas,
a horta mais o pomar;
brilham no céu as estrelas,
e ele ronda, a trabalhar…E ao pobre sapo, que Ă© cheio
de amor pela terra amiga,
dizem-lhe que Ă© feio
e há quem o mate e persigaMas as flores ficam zangadas,
choram, e dizem por fim:
– «EntĂŁo ele traz-nos guardadas,
e depois pagam-lhe assim?»E vendo, à noite, passar
o sapo cheio de medo,
as flores, para o consolar,
chamam-lhe lindo, em segredo…
Poemas sobre Destruidores de Afonso Lopes Vieira
1 resultado Poemas de destruidores de Afonso Lopes Vieira. Leia este e outros poemas de Afonso Lopes Vieira em Poetris.