visto a esta luz
Visto a esta luz Ă©s um porto de mar
como reverberos de ondas onde havia mĂŁos
rebocadores na brancura dos braçosConstroem-te um ponte
que deverá cingir-te os rins para sempreO que há horrĂvel no teu corpo diurno
Ă© a sua avareza de palavras
Ă©s tu inutilmente iluminado e quente
como um resto saĂdo de outras eras
que te fizeram carne e se foram embora
porque verdade sem erro certo verdadeiro
nada era noite bastante para tocarmos melhor
as nossas mãos de nautas navegando o espaço
os corpos um e dois do navio de espelhos
filhos e filhas do imponderável
de cabeça para baixo a ver a terra girarQuero-te sempre como nã querer-te?
mas esta luz de sinopla nas calças!
este interposto objecto
e o seu leve peso de eternidade
Poemas sobre Espelho de Mário Cesariny
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