Elegia
O teu corpo,
uma vez o meu altar e pecado,
O teu corpo
agora amarelo e viscoso,
hostil como a freira enclausurada,
é uma forma obscena ao sol.Tu estás morta –
tu, o meu pĂŁo e vinho santo!Tu foste
a minha dor,
o sol
e a chuva;
Tu foste
saudade,
tudo
e desejo,
quando nĂłs
sofrendo,
quando nĂłs
encontramos
uma nova luz
uma nova fé!Tu estás morta –
tu, o meu pĂŁo e vinho santo.
Poemas Exclamativos de Tomaz Kim
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Tempo Habitual
De nojo, o tempo, o nosso,
A perfĂdia estrumando
No presumir da carĂcia branda e sorriso
De todos.De raiva o tempo, o nosso,
CĂ©u, mar e terra abrasando
Em clamor de labareda e navalha afiada
E sangue.De pavor o tempo, o nosso,
A primavera assombrando.
ExĂlio de ventres a fecundar e tudo o mais
Que a faz.De amor o tempo, o nosso,
Onde uma voz espalhando
A boa nova do pântano fétido da noite
Imposta?
De nojo, de raiva, de pavor,
O tempo transido
Do nosso viver dia-a-dia!
Mas nĂŁo de amor…