Janela do Sonho

Abri as janelas
que havia dentro de ti
e entrei abandonado
nos teus braços generosos.

Senti dentro de mim
o tempo a criar silĂȘncio
para te beber altiva e plena.

Mil vezes
repeti teu nome,
mil vezes,
de forma aveludada
e era a chave
que se expunha
e fecundava dentro de mim.

JĂĄ nĂŁo se sonha,
deixei de sonhar,
o sonho Ă© poeira dos tempos
Ă© a voz da extensĂŁo
Ă© a voz da pureza
que dardejava na nossa doçura.

Quando abri as tuas janelas
e despi teus braços
perdi a vaidade
e a pressa,
amei a partida
e em silĂȘncio abri,
(sem saber que abria)
uma noite hĂșmida
em combustĂŁo secreta
desmaiado no teu ombro
de afrodite.