Stabat Mater
(Stabat Mater)
Estava a mãe de pé, já sem o filho
que fora a razĂŁo de ter aceite
um quotidiano rasteiro e o prodĂgio:
entre ambos, nĂŁo ousava distingui-los.Traspassara-se quando o viu deixar a casa
para se completar longe das mĂŁos
que o receberam e fizeram crescer,
– nela sempre menino, e tĂŁo inerme
que de si nunca o desprenderia.Soubera que ele fora domado, escarnecido,
mais bem pago para ser mais proveitoso,
soldado em guerras de outros
em que sempre foi um derrotado;
traĂdo por mulheres de uma beleza
nĂŁo somente fascĂnio e um ardil,
mas perdĂŁo para quem por elas se jogasse.
Mais que ninguém, ela sofrera-o sem dizê-lo.Devolveram-lho por fim, já só em parte,
para uni-lo na cama onde nascera.Tudo nela ruiu, os seus escombros
sĂŁo o mais intenso tĂşmulo,
sem ter onde vá sorver a força
para sumir-se no apagamento
de si mesma e de tudo,
até da manhã que a saudou a anunciar-lhe
o fruto que sua flor tinha alcançado.E pede que nenhuma luz venha acordá-la.
Poemas sobre FascĂnio
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