Visita-me Enquanto não Envelheço
visita-me enquanto não envelheço
toma estas palavras cheias de medo e surpreende-me
com teu rosto de Modigliani suicidadotenho uma varanda ampla cheia de malvas
e o marulhar das noites povoadas de peixes voadoresver-me antes que a bruma contamine os alicerces
as pedras nacaradas deste vulcão a lava do desejo
subindo à boca sulfurosa dos espelhosantes que desperte em mim o grito
dalguma terna Jeanne Hébuterne a paixão
derrama-se quando tua ausência se prende às veias
prontas a esvaziarem-se do rubro ouroperco-te no sono das marítimas paisagens
estas feridas de barro e quartzo
os olhos escancarados para a infindável águacom teu sabor de açúcar queimado em redor da noite
sonhar perto do coração que não sabe como tocar-te
Poemas sobre Ferida de Al Berto
2 resultados Poemas de ferida de Al Berto. Leia este e outros poemas de Al Berto em Poetris.
Cromo
andamos pelo mundo
experimentando a morte
dos brancos cabelos das palavras
atravessamos a vida com o nome do medo
e o consolo dalgum vinho que nos sustém
a urgência de escrever
não se sabe para quemo fogo a seiva das plantas eivada de astros
a vida policopiada e distribuída assim
através da língua… gratuitamente
o amargo sabor deste país contaminado
as manchas de tinta na boca ferida dos tigres de papelenquanto durmo à velocidade dos pipelines
esboço cromos para uma colecção de sonhos lunares
e ao acordar… a incoerente cidade odeia
quem deveria amaro tempo escoa-se na música silente deste mar
ah meu amigo… como invejo essa tarde de fogo
em que apetecia morrer e voltar