A Função do Amor é Fabricar Desconhecimento
a função do amor é fabricar desconhecimento
(o conhecido nĂŁo tem desejo;mas todo o amor Ă© desejar)
embora se viva Ă s avessas,o idĂȘntico sufoque o uno
a verdade se confunda com o facto,os peixes se gabem de pescare os homens sejam apanhados pelos vermes(o amor pode nĂŁo se
importar
se o tempo troteia,a luz declina,os limites vergam
nem se maravilhar se um pensamento pesa como uma estrela
âo medo tem morte menor;e viverĂĄ menos quando a morte acabar)que afortunados sĂŁo os amantes(cujos seres se submetem
ao que esteja para ser descoberto)
cujo ignorante cada respirar se atreve a esconder
mais do que a mais fabulosa sabedoria teme ver(que riem e choram)que sonham,criam e matam
enquanto o todo se move;e cada parte permanece quieta:
pode nĂŁo ser sempre assim;e eu digo
que se os teus lĂĄbios,que amei,tocarem
os de outro,e os teus ternos fortes dedos aprisionarem
o seu coração,como o meu não hå muito tempo;
se no rosto de outro o teu doce cabelo repousar
naquele silĂȘncio que conheço,ou naquelas
grandiosas contorcidas palavras que,dizendo demasiado,
Poemas sobre Homens de E. E. Cummings
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Chamar a Si Todo o CĂ©u com um Sorriso
que o meu coração esteja sempre aberto às pequenas
aves que sĂŁo os segredos da vida
o que quer que cantem Ă© melhor do que conhecer
e se os homens nĂŁo as ouvem estĂŁo velhosque o meu pensamento caminhe pelo faminto
e destemido e sedento e servil
e mesmo que seja domingo que eu me engane
pois sempre que os homens tĂȘm razĂŁo nĂŁo sĂŁo jovense que eu nĂŁo faça nada de Ăștil
e te ame muito mais do que verdadeiramente
nunca houve ninguém tão louco que não conseguisse
chamar a si todo o cĂ©u com um sorrisoTradução de CecĂlia Rego Pinheiro