Poemas sobre Homens de MillĂ´r Fernandes

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Poemas de homens de MillĂ´r Fernandes. Leia este e outros poemas de MillĂ´r Fernandes em Poetris.

Poeminha da Negação da Afirmação

Sou um homem bem comum
sem nenhuma aspiração.
NĂŁo quero ser general
e muito menos sultĂŁo.
Sou moderado de gastos,
de ambição reduzida,
nĂŁo sonho ser big-shot
estou contente da vida.
Nunca invejei o prĂłximo
nem lhe cobiço a mulher,
pego o meu lugar na fila
e seja o que Deus quiser.
NĂŁo sou mau pai, nem mau esposo,
Grosseiro nem invejoso
– sĂł um pouco mentiroso.

Saudação aos que Vão Ficar

Como será o Brasil
no ano dois mil?
As crianças de hoje,
já velhinhas então,
lembrarĂŁo com saudade
deste antigo paĂ­s,
desta velha cidade?
Que emoção, que saudade,
terá a juventude,
acabada a gravidade?
RespeitarĂŁo os papais
cheios de mocidade?
Que diferença haverá
entre o avĂ´ e o neto?
Que novas relações e enganos
inventarĂŁo entre si
os seres desumanos?
Que lei impedirá,
libertada a molécula
que o homem, cheio de ardor,
atravesse paredes,
buscando seu amor?
Que lei de tráfego impedirá um inquilino
– ante o lugar que vence –
de voar para lugar distante
na casa que nĂŁo lhe pertence?
Haverá mais lágrimas
ou mais sorrisos?
Mais loucura ou mais juĂ­zo?
E o que será loucura? E o que será juízo?
A propriedade, será um roubo?
O roubo, o que será?
Poderemos crescer todos bonitos?
E o belo não passará então a ser feiura?
Haverá entre os povos uma proibição
de criar pessoas com mais de um metro e oitenta?
Mas a Rússia (vá lá,

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