A Minha Hora
Que horas sĂŁo? O meu relĂłgio estĂĄ parado,
HĂĄ quanto tempo!…
Que pena o meu relĂłgio estar parado
E eu nĂŁo poder marcar esta hora extraordinĂĄria!
Hora em que o sonho ascende, lento, muito lento,
Hora som de violino a expirar… Hora vĂĄria,
Hora sombra alongada de convento…Hora feita de nostalgia
Dos degredados…
Hora dos abandonados
E dos que o tĂ©dio abate sem cessar…
Hora dos que nunca tiveram alegria,
Hora dos que cismam noite e dia,
Hora dos que morrem sem amar…Hora em que os doentes de corpo e alma,
Pedem ao Senhor para os sarar…
Hora de febre e de calma,
Hora em que morre o sol e nasce o luar…
Hora em que os pinheiros pela encosta acima,
SĂŁo monges a rezar…Hora irmĂŁ da caridade
Que dĂĄ remĂ©dio aos que o nĂŁo tĂȘm…
Hora saudade…
Hora dos Pedro Sem…
Hora dos que choram por nĂŁo ter vivido,
Hora dos que vivem a chorar alguĂ©m…Hora dos que tĂȘm um sonho ĂĄguia mas… ai!
Ăguia sem asas para voar…
Poemas sobre Horas de SaĂșl Dias
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Para Todo o Sempre
O Poeta morre,
mas nĂŁo cessa de escrever.Enquanto escreve,
vive
ressuscitando fugidias horas
mudadas em auroras…Uma pequenina flor,
pisada por quem passa,
Ă© agora
um milagre de cor,
uma negaça
de mil desejos…E os beijos
que nunca foram dados,
tornados tĂŁo reais…Aquela borboleta
arrasta
infindas primaveras
no seu voo fremente…– Uma palavra mais,
Poeta!
Uma palavra quente!
Uma palavra para todo o sempre!