Enlevo

NĆ£o brilha o sol,
Nem pĆ³de a lua
Brilhar na sua
PresenƧa d’ella!..
Nenhuma estrella
Brilha deante
Da minha amante,
Da minha amada!

A madrugada
Quanto nĆ£o perde!
O campo verde
Quanto esmorece!
Quanto parece
A voz da ave
Menos suave
Que a sua falla!

A flƓr exhala
Menos perfume
Do que Ć© costume
O seu cabello!
Que basta vĆŖl-o,
Prende-se a gente!
Prende-se e sente
Gosto ineffavel!

Que riso affavel
Aquelle riso!
Que paraĆ­so
Aquella bƓca!
Penetra, toca,
Enche de inveja
Um ar que seja
Da sua graƧa!

Onde ella passa,
Onde ella chega,
Quem lhe nĆ£o prega
Olhos avaros!
Ha dotes raros,
Rara doƧura
N’aquella pura
Casta existencia!

Oh! que innocencia
Que ella respira!
A alma aspira
NĆ£o sei que aroma
Mal nos assoma
Ao longe aquella
Pallida estrella,
Que rege o mundo!…

Nunca do fundo
Do oceano
Foi braƧo humano
Colher tĆ£o linda
Perola ainda,

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