Poemas sobre Ilha de Ant贸nio Gomes Leal

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Poemas de ilha de Ant贸nio Gomes Leal. Leia este e outros poemas de Ant贸nio Gomes Leal em Poetris.

Em Viagem

Ia o vap么r singrando velozmente
O verde mar ant铆go e caprixoso,
脕 rude voz do capit茫o Contente, –
Um rubro homem do mar silencioso.

Demandava a Madeira, – a ilha bella,
A patria excelsa e celebre do vinho,
A viagem foi curta; e no caminho
Intentei rela莽玫es com Arabella.

Arabella era a lyrica ingleza,
Loura, pallida e fragil como um vime,
Que traz sempre a sua alma meiga presa
D’algum amor profundo, mas sublime.

O londrino, o Antony d’esses amores,
Era um rubro e excentrico burguez,
Mais amigo do bife que das flores,
– A extravagancia de chapeu inglez,

Seu olhar dubio, incerto e trai莽oeiro
Tinha vis玫es de sangue derramado
Em toda a parte; ao todo um ex-banqueiro,
– Um calvo, velho amigo do Peccado!

Nunca o olhar fitava em sitio certo; –
Vogava 谩s vezes s贸 no tombadilho,
Com um comprido e merencorio filho,
E ninguem viu-lhe um riso franco e aberto.

Punha, 谩s vezes, no mar o olhar sombrio;
E ao vento, a fita branca do chapeu
Dir-se-hia a vella triste d’um navio
De naufragos,

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Tristissima

N’um paiz longe, secreto,
Lendaria ilha affastada,
Jaz todo o dia sentada
N’um throno de marmor preto.

No seu palacio esculpido
N茫o entram constella莽玫es;
Os tectos dos seus sall玫es
S茫o todos d’ouro polido!

Nas largas escadarias
Sobem vassallos ao cento,
De noute sulu莽a o vento
N’aquellas tape莽arias.

E pelas largas janellas
Fechadas, sempre corridas,
Ha flores desconhecidas
Que n茫o olham as estrellas.

Na dextra segura um calix,
– Calix da D么r e da Magoa!
Onde est谩 contida a agoa
E o sangue dos nossos males!

Pelas florestas sosinhas
Escuras, sem rouxinoes,
Erram chorando os Heroes,
E as desgra莽adas Rainhas.

Seguida, 谩 noute, de servas,
Caminha, em cortejo mudo,
Rojando o negro velludo
De seu cabello nas hervas.

S贸mente ao vel-a passar
Ficam as almas surprezas;
– Ha todo um mar de tristezas
No abismo do seu olhar!