Poemas sobre Instantes de Manuel Alegre

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Poemas de instantes de Manuel Alegre. Leia este e outros poemas de Manuel Alegre em Poetris.

Da Tua Vida

Da tua vida o que nĂŁo podem entender
Nem oiro nem poder nem segurança
Mas a paixĂŁo do Tempo e de seus riscos
Tu buscaste o instante e a intensidade
E foste do combate e da mudança
Por isso um rastro de ruptura e de viagem
Ou talvez este fogo inconquistado
Como breve eternidade
De passagem

Agora Mesmo

Está gente a morrer agora mesmo em qualquer lado
Está gente a morrer e nós também

Está gente a despedir-se sem saber que para
Sempre
Este som já passou Este gesto também
Ninguém se banha duas vezes no mesmo instante
Tu prĂłprio te despedes de ti prĂłprio
Não és o mesmo que escreveu o verso atrás
Já estás diferente neste verso e vais com ele

Os amantes agarram-se desesperadamente
Eis como se beijam e mordem e por vezes choram
Mais do que ninguém eles sabem que estão a
[despedir-se

A Terra gira e nós também A Terra morre e nós
Também
NĂŁo Ă© possĂ­vel parar o turbilhĂŁo
Há um ciclone invisível em cada instante
Os pássaros voam sobre a própria despedida
As folhas vĂŁo-se e nĂłs
Também
Não é vento É movimento fluir do tempo amor e morte
Agora mesmo e para todo o sempre
Amen