ConfissĂŁo
Ă certo que me repito,
Ă© certo que me refuto
e que, decidido, hesito
no entra-e-sai de um minuto.Ă certo que irresoluto
entre o velho e o novo rito
atiro Ă cesta o absoluto
como inĂștil papelito.Ă tĂŁo certo que me aperto
numa tenaz de mosquito
como Ă© trinta vezes certo
que me oculto no meu grito.Certo, certo, certo, certo
que mais sinto que reflicto
as fĂĄbulas do deserto
do raciocĂnio infinito.Ă tudo certo e prescrito
em nebuloso estatuto.
O homem, chamar-lhe mito
nĂŁo passa de anacoluto.
Poemas sobre InĂșteis de Carlos Drummond de Andrade
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