Flor de Ventura
A flor de ventura
Que amor me entregou,
TĂŁo bela e tĂŁo pura
Jamais a criou:NĂŁo brota na selva
De inculto vigor,
NĂŁo cresce entre a relva
De virgem frescor;Jardins de cultura
NĂŁo pode habitar
A flor de ventura
Que amor me quis dar.Semente Ă© divina
Que veio dos CĂ©us;
Só n’alma germina
Ao sopro de Deus.TĂŁo alva e mimosa
Não há outra flor;
Uns longes de rosa
Lhe avivam a cor;E o aroma… Ai!, delĂrio
Suave e sem fim!
É a rosa, Ă© o lĂrio,
É o nardo, o jasmim;É um filtro que apura,
Que exalta o viver,
E em doce tortura
Faz de ânsias morrer.Ai!, morrer… que sorte
Bendita de amor!
Que me leve a morte
Beijando-te, flor.
Poemas sobre Jardim de Almeida Garrett
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