Infinitude dos Amantes
Se até agora ainda não possuo todo o teu amor,
Querida, nunca o terei de todo.
NĂŁo posso soltar mais um suspiro, comover-me,
Nem suplicar a mais outra lágrima que corra;
E todo o meu tesouro, que deveria comprar-te —
Suspiros, lágrimas, juras e cartas — já gastei.
Porém, nada mais me poderá ser devido,
Além do proposto no negócio acordado:
Se então a tua dádiva de amor foi parcial,
Que parte a mim, parte a outros, caberia,
Querida, nunca te possuirei totalmente.Mas, se entĂŁo me deste tudo,
Tudo seria apenas o tudo que ao tempo tinhas;
E se em teu coração, desde então, existe ou venha
A existir novo amor gerado por outros homens,
Cujos haveres estejam intactos e possam, em lágrimas,
Em suspiros, em juras e cartas, exceder a minha oferta,
Este novo amor pode suscitar novos receios,
Dado que um tal amor nĂŁo foi jurado por ti.
Mas se foi, sendo as tuas dádivas gerais,
O terreno — o teu coração —, é meu, e o que quer
Que nele cresça, querida, pertence-me totalmente.
Poemas sobre Jurados
3 resultadosO Noivado do Sepulcro
Vai alta a lua! na mansĂŁo da morte
Já meia-noite com vagar soou;
Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte
SĂł tem descanso quem ali baixou.Que paz tranquila!… mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
D’entre os sepulcros a cabeça ergueu.Ergueu-se, ergueu-se!… na amplidĂŁo celeste
Campeia a lua com sinistra luz;
O vento geme no feral cipreste,
O mocho pia na marmĂłrea cruz.Ergueu-se, ergueu-se!… com sombrio espanto
Olhou em roda… nĂŁo achou ninguĂ©m…
Por entre as campas, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.Chegando perto duma cruz alçada,
Que entre ciprestes alvejava ao fim,
Parou, sentou-se e com a voz magoada
Os ecos tristes acordou assim:“Mulher formosa, que adorei na vida,
“E que na tumba nĂŁo cessei d’amar,
“Por que atraiçoas, desleal, mentida,
“O amor eterno que te ouvi jurar?“Amor! engano que na campa finda,
“Que a morte despe da ilusĂŁo falaz:
“Quem d’entre os vivos se lembrara ainda
“Do pobre morto que na terra jaz?
Ai Flores do Verde Pino
__ Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u Ă©?__ Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u Ă©?Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pĂ´s comigo!
Ai Deus, e u Ă©?Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do qui mi á jurado!
Ai Deus, e u Ă©?__ VĂłs me perguntardes polo voss’amigo,
e eu bem vos digo que Ă© san’vivo.
Ai Deus, e u Ă©?VĂłs me perguntardes polo voss’amado,
e eu bem vos digo que Ă© viv’e sano.
Ai Deus, e u Ă©?E eu bem vos digo que Ă© san’vivo
e seera vosc’ant’o prazo saĂdo.
Ai Deus, e u Ă©?E eu bem vos digo que Ă© viv’ e sano
e seera vosc’ant’o prazo passado
Ai Deus, e u Ă©?