Quando a Morte Vier, Meu Amor
Quando a morte vier, meu amor,
fechemos os olhos para a olhar por dentro
e deixemos aos nossos lábios o murmúrio
da palavra branda jamais pronunciada
e Ă s nossas mĂŁos a carĂcia dispersa;
relembremos o dia impossĂvel,
belo por isso e por isso desprezado,
e esqueçamos o que nos não deixaram ver
e o resto que sobrou do nada que possuĂmos;
deixemos Ă poesia que surge
o pranto de quem a trocou para comer
e os passos sem rumo pelas ruas hostis;
deixemos à carne o que não alcançámos,
e morramos entĂŁo, naturalmente…
Poemas sobre Lábios de Tomaz Kim
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