And谩va a Lua nos C茅us
And谩va a lua nos c茅us
Com o seu bando de estrellas.Na minha alcova,
Ardiam vellas,
Em candelabros de bronze.Pelo ch茫o, em desalinho,
Os velludos pareciam
Ondas de sangue e ondas de vinho.Elle olhava-me scismado;
E eu,
Placidamente, fumava,
Vendo a lua branca e n煤a
Que pelos c茅us caminhava.Aproximou-se; e em delirio
Procurou 谩vidamente,
E 谩vidamente beijou
A minha boca de cravo
Que a beijar se recusou.Arrastou-me para Elle,
E, encostado ao meu hombro,
Fallou-me d’um pagem loiro
Que morr锚ra de Saudade,
脕 beira-mar, a cantar…Olhei o c茅u!
Agora, a lua, fugia,
Entre nuvens que tornavam
A linda noite sombr铆a.D茅ram-se as bocas n’um beijo,
– Um beijo nervoso e lento…
O homem cede ao desejo
Como a nuvem cede ao vento.Vinha longe a madrugada.
Por fim,
Largando esse corpo
Que adormec锚ra cansado
E que eu beij谩ra loucamente
Sem sentir,
Bebia vinho, perdidamente,
Bebia vinho… at茅 cahir.
Poemas Longos de Ant贸nio Botto
2 resultadosTu Mandaste-me Dizer
Tu mandaste-me dizer
Que tornavas novamente
Quando viesse a tardinha;
E eu, para mais te prender,
– N’esse dia…Pintei de negro os meus olhos
E de r么xo a minha boca.
As rosas eram aos m贸lhos
Para a noite rubra e louca!Entornei sobre o meu corpo,
– Que f么ra delgado e bello!
O perfume mais extranho e mais subtil;
E um brocado r么xo e verde
Envolveu a minha carne
Macerada e varonil.
Os meus hombros florentinos,
Cob茅rtos de pedraria,
Eram chagas luminosas
Alumiando o meu corpo
Todo em f茅bre e nostalgia.
Nas minhas m茫os de cambraia,
As esmeraldas scintillavam;
E as p茅rolas nos meus bra莽os,
Murmuravam…
Desmanchado, o meu cabello,
Em ondas largas, cahia,
Na minha fronte
Ligeiramente sombr铆a.Estava pallido e dir-se-hia
Que a pallidez aumentava
A minha grande belleza!Na minha boca ondulava
Um sorriso de tristeza.A noite vinha tombando.
E, como tardasses,
Fiquei-me, sent谩do, olhando
O meu vulto reflectido
No espelho de crystal;