Poemas sobre Loucos de Ant贸nio Botto

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De Saudades vou Morrendo

De Saudades vou morrendo
E na morte vou pensando:
Meu am么r, por que partiste,
Sem me dizer at茅 quando?
Na minha boca t茫o linda,
脫 alegrias cantae!
Mas, quem se lembra d’um louco?
– Enchei-vos d’agua, meus olhos,
Enchei-vos d’agua, chorae!

Bemdito Sejas

Bemdito sejas,
Meu verdadeiro conforto
E meu verdadeiro amigo!

Quando a sombra, quando a noite
Dos altos c茅us vem descendo,
A minha d么r,
Estremecendo, ac贸rda…

A minha d么r 茅 um le茫o
Que lentamente mordendo
Me devora o cora莽茫o.

Canto e ch贸ro amargamente;
Mas a d么r, indiferente,
Contin煤a…

Ent茫o,
Febr铆l, quase louco,
Corro a ti, vinho louvado!
– E a minha d么r adormece,
E o le茫o 茅 socegado.

Quanto mais b锚bo mais d贸rme:
Vinho adorado,
O teu poder 茅 enorme!

E eu vos digo, almas em chaga,
脫 almas tristes sangrando:
Andarei sempre
Em constante bebedeira!

Grande vida!

– Ter o vinho por amante
E a morte por companheira!

Tu Mandaste-me Dizer

Tu mandaste-me dizer
Que tornavas novamente
Quando viesse a tardinha;
E eu, para mais te prender,
– N’esse dia…

Pintei de negro os meus olhos
E de r么xo a minha boca.
As rosas eram aos m贸lhos
Para a noite rubra e louca!

Entornei sobre o meu corpo,
– Que f么ra delgado e bello!
O perfume mais extranho e mais subtil;
E um brocado r么xo e verde
Envolveu a minha carne
Macerada e varonil.
Os meus hombros florentinos,
Cob茅rtos de pedraria,
Eram chagas luminosas
Alumiando o meu corpo
Todo em f茅bre e nostalgia.
Nas minhas m茫os de cambraia,
As esmeraldas scintillavam;
E as p茅rolas nos meus bra莽os,
Murmuravam…
Desmanchado, o meu cabello,
Em ondas largas, cahia,
Na minha fronte
Ligeiramente sombr铆a.

Estava pallido e dir-se-hia
Que a pallidez aumentava
A minha grande belleza!

Na minha boca ondulava
Um sorriso de tristeza.

A noite vinha tombando.

E, como tardasses,
Fiquei-me, sent谩do, olhando
O meu vulto reflectido
No espelho de crystal;

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