Poemas sobre MĂŁes de Manuel Maria Barbosa du Bocage

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A Rosa

Tu, flor de VĂ©nus,
Corada Rosa,
Leda, fragrante,
Pura, mimosa,

Tu, que envergonhas
As outras flores,
Tens menos graça
Que os meus amores.

Tanto ao diurno
Sol coruscante
Cede a nocturna
Lua inconstante,

Quanto a MarĂ­lia
TĂ© na pureza
Tu, que Ă©s o mimo
Da Natureza.

O buliçoso,
CĂąndido Amor
PĂŽs-lhe nas faces
Mais viva cor;

Tu tens agudos
Cruéis espinhos,
Ela suaves
Brandos carinhos;

Tu nĂŁo percebes
Ternos desejos,
Em vĂŁo FavĂłnio
Te dĂĄ mil beijos.

MarĂ­lia bela
Sente, respira,
Meus doces versos
Ouve, e suspira.

A mĂŁe das flores,
A Primavera,
Fica vaidosa
Quando te gera;

Porém Marília
No mago riso
Traz as delĂ­cias
Do ParaĂ­so.

Amor que diga
Qual Ă© mais bela,
Qual Ă© mais pura,
Se tu, ou ela;

Que diga VĂ©nus…
Ela aĂ­ vem…
Ai! Enganei-me,
Que Ă© o meu bem.

Depois de Te Haver Criado, a Natureza Pasmou

A mãe, que em berço dourado
PĂŽs teu corpo cristalino,
É sup’rior ao Destino,
Depois de te haver criado.
Quando Amor, o Nume alado,
Tua infĂąncia acalentou,
Quando os teus dias fadou,
Minha LĂ­lia, minha amada,
A mĂŁe ficou encantada,
A Natureza pasmou.

Deve dar breve cuidado,
Motivar grande atenção,
A um Deus a criação,
Depois de te haver criado.
Deve de ser refinado
O engenho que ele mostrar
Desde o ponto em que criar;
Cuide nisto a omnipotĂȘncia,
Porque, ao ver a sua essĂȘncia,
A Natureza pasmou.

Ao mesmo CĂ©u nĂŁo Ă© dado
(Bem que tanto poder goza)
Criar coisa tĂŁo formosa
Depois de te haver criado.
Naquele instante dourado,
Em que teus dotes formou,
Apenas os completou,
Arengando-lhe o Destino,
Em um ĂȘxtase divino
A Natureza pasmou.

O CĂ©u nos tem outorgado
Quanto outorgar-nos podia;
O CĂ©u que mais nos daria
Depois de te haver criado?
Ninfa, das Graças traslado,
Ninfa, de que escravo sou,
Jove em ti se enfeitiçou,

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