Enfim Fenece o Dia
Enfim fenece o dia,
Enfim chega da noite o triste espanto,
E nĂŁo chega desta alma o doce encanta
Enfim fica triunfante a tirania,
Vencido o sofrimento,
Sem alĂvio meu mal, eu sem alento,
A sorte sem piedade,
Alegre a emulação, triste a vontade,
O gosto fenecido,
Eu infelice enfim, Lauro esquecido…
Quem viu mais dura sorte?
Tantos males, amor, para uma morte?
NĂŁo basta contra a vida
Esta ausĂŞncia cruel, esta partida?NĂŁo basta tanta dor? tanto receio?
Tanto cuidado, ai triste, e tanto enleio?
NĂŁo basta estar ausente,
Para perder a vida infelizmente?
Se não também, cruel, neste conflito
Me negas o socorro de um escrito?
Porque esta dor que a alma me penetra
NĂŁo ache o maior bem na menor letra,
Ai! bem fazes, amor, tira-me tudo!
NĂŁo há alĂvio, nĂŁo, nĂŁo há escudo,
Que a vida me defenda,
Tudo me falte, enfim, tudo me ofenda,
Tudo me tire a vida,
Pois eu a nĂŁo perdi na despedida.
Poemas sobre Mal de Violante do CĂ©u
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