Ambiente
A Alexandre de Médicis
A rua é tão estreita
que o luar mal chega às pedras
que pisei, ao vir aqui.A casa tem pior fama
do que a rua, onde só passa
quem não tem outro caminho.A sala, onde vim juntar-me
com a baixeza da vida,
tem menos luz do que a rua
e os olhos não têm estrelas.
Há uma mulher perdida
que diz a sua desgraça.
Um marinheiro possante
fala de terras, do mar,
e as suas mãos têm saudade
da guitarra que está longe…Anda, no ar, perturbante,
um cheiro de vinho novo
que enjoa, mas faz querê-lo
junto com reles comidas.O pensamento da gente
não se fixa em coisa alguma:
vai como nota de música…As almas estão com sono.
As horas passam
sem se dar por elas…… E só longe
alguém cantará o fado.
Poemas sobre Mãos de Alberto de Serpa
2 resultados Poemas de mãos de Alberto de Serpa. Leia este e outros poemas de Alberto de Serpa em Poetris.
Natal
Os joelhos em terra,
as mãos erguidas, presas.
E Deus o céu descerra
aos murmúrios que rezas.Brilham mais as estrelas.
Mais neve o céu derrama.
E, se por fora gelas,
por dentro és uma chama.E beija a tua face
o luar que aparece,
como se Deus mandasse
um sim â tua prece.