Poemas sobre Mártir

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Poemas de mártir escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.

A Torpe Sociedade onde Nasci

I

Ao ver um garotito esfarrapado
Brincando numa rua da cidade,
Senti a nostalgia do passado,
Pensando que já fui daquela idade.

II

Que feliz eu era entĂŁo e que alegria…
Que loucura a brincar, santo delĂ­rio!…
Embora fosse mártir, não sabia
Que o mundo me criava p’ra o martĂ­rio!

III

Já quando um homenzinho, é que senti
O dilema terrĂ­vel que me impĂ´s
A torpe sociedade onde nasci:
— De ser vĂ­tima humilde ou ser algoz…

IV

E agora Ă© o acaso quem me guia.
Sem esperança, sem um fim, sem uma fé,
Sou tudo: mas nĂŁo sou o que seria
Se o mundo fosse bom — como não é!

V

Tuberculoso!… Mas que triste sorte!
Podia suicidar-me, mas nĂŁo quero
Que o mundo diga que me desespero
E que me mato por ter medo Ă  morte…

Sol do Meu Dia

Se eu fosse nuvem tinha imensa mágoa
NĂŁo te servindo de asas maternais
Que te pudessem abrigar da água
Que chovesse das mais!

E sendo eu onda, tinha mágoa suma
NĂŁo te podendo a ti, mulher, levar
De praia em praia sobre a alva espuma,
Sem nunca te molhar!

E sendo aragem eu, que pela face
Te roçasse de rijo alguma vez
Que o Senhor com mais força respirasse…
Que mágoa imensa… VĂŞs?

E a luz do teu olhar que me nĂŁo luza
Um rápido momento a mim sequer,
Como a águia no ar, que passa e cruza
A terra sem na ver!

Mas que me importa a mim! Se me esmagasses
Um dia aos pés o coração a mim,
As vozes que lhe ouviras, se escutasses,
Era o teu nome… sim;

O teu nome gemido docemente,
Com toda a fé de um mártir em Jesus.
Se acaso já em Cristo pôs um crente
A fé que eu em ti pus!

A fé, mais o amor! Porque ele expira
Sem que a ninguém lhe estale o coração;

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