Os Cavalleiros
– Onde vaes tu, cavalleiro,
Pela noite sem luar?
Diz o vento viajeiro,
Ao lado d’elle a ventar…
N茫o responde o cavalleiro,
Que vae absorto a scismar.
– Onde vaes tu, torna o vento,
N’esse doido galopar?
Vaes bater a algum convento?
Eu ensino-te a rezar.
E a lua surge, um momento,
A lua, convento do Ar.
– Vaes levar uma mensagem?
D谩-m’a que eu vou-t’a entregar:
Ir谩s em meia viagem
E eu j谩 de volta hei-de estar.
E o cavalleiro, 谩 passagem,
Faz as arvores vergar.
– Vaes escalar um mosteiro?
Eu ajudo-t’o a escalar:
N茫o ha no mundo pedreiro
Que a mim se possa egualar!
N茫o responde o cavalleiro
E o vento torna a fallar:
– Dize, dize! vaes p’ra guerra?
Monta em mim, vou-te levar:
N茫o ha cavallo na Terra
Que tenha t茫o bom andar…
E os trov玫es rolam na serra
Como vagas a arrolar!
– E as guerras has-de ganhal-as,
Que por ti hei-de velar:
Ponho-me 谩 frente das balas
Para a for莽a lhes tirar!
Poemas sobre Meias de Ant贸nio Nobre
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Para As Raparigas de Coimbra
1
脫 choupo magro e velhinho,
Corcundinha, todo aos n贸s:
脡s tal qual meu av么zinho,
Falta-te apenas a voz.2
Minha capa vos acoite
Que 茅 p’ra vos agazalhar:
Se por f贸ra 茅 cor da noite,
Por dentro 茅 cor do luar…3
脫 sinos de Santa Clara,
Por quem dobraes, quem morreu?
Ah, foi-se a mais linda cara
Que houve debaixo do c茅u!4
A sereia 茅 muito arisca,
Pescador, que est谩s ao sol:
N茫o cae, tolinho, a essa isca…
S贸 pondo uma flor no anzol!5
A lua 茅 a hostia branquinha,
Onde est谩 Nosso Senhor:
脡 d’uma certa farinha
Que n茫o apanha bolor!6
Vou a encher a bilha e trago-a
Vazia como a levei!
Mondego, qu’茅 da tua agoa?
Qu’茅 dos prantos que eu chorei?7
A cabra da velha Torre,
Meu amor, chama por mim:
Quando um estudante morre,
Os sinos chamam, assim.8
–