A Minha Hora

Que horas sĂŁo? O meu relĂłgio estĂĄ parado,
Há quanto tempo!

Que pena o meu relĂłgio estar parado
E eu nĂŁo poder marcar esta hora extraordinĂĄria!
Hora em que o sonho ascende, lento, muito lento,
Hora som de violino a expirar
 Hora vária,
Hora sombra alongada de convento


Hora feita de nostalgia
Dos degredados

Hora dos abandonados
E dos que o tédio abate sem cessar

Hora dos que nunca tiveram alegria,
Hora dos que cismam noite e dia,
Hora dos que morrem sem amar


Hora em que os doentes de corpo e alma,
Pedem ao Senhor para os sarar

Hora de febre e de calma,
Hora em que morre o sol e nasce o luar

Hora em que os pinheiros pela encosta acima,
São monges a rezar


Hora irmĂŁ da caridade
Que dĂĄ remĂ©dio aos que o nĂŁo tĂȘm

Hora saudade

Hora dos Pedro Sem

Hora dos que choram por nĂŁo ter vivido,
Hora dos que vivem a chorar alguém


Hora dos que tĂȘm um sonho ĂĄguia mas
 ai!
Águia sem asas para voar


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